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A “destruição de pontes” de Carlos Moisés

Para muitos, afastamento do governador se deve a falta de diálogo com a Alesc e a rejeição bolsonarista

Por Paulo Monteiro Florianópolis - SC, 26/10/2020 - 14:24 Atualizado em 26/10/2020 - 14:32
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito

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O tribunal especial formado por desembargadores e deputados estaduais decidiu pelo afastamento do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, na última sexta-feira, 23. Logo em seu segundo ano de mandato, Moisés terá de ficar afastado pelo período de 180 dias, a contar de terça-feira. O motivo, para muitos, foi o fato do governador ter destruído pontes - ao invés de construí-las.

Eleito com mais de 70% dos votos na mesma onda que elegeu o atual presidente Jair Bolsonaro, Moisés apresentou uma campanha pautada pelos ideais bolsonaristas. Apesar disso, ainda em seus primeiros meses de mandato mostrou divergências com as pautas do presidente, desagradando parte de seus eleitores.

A crise política de Santa Catarina após o afastamento do governador foi tema do programa Agora, da Rádio Som Maior, desta segunda-feira.

Para o ex-prefeito de Criciúma, Anderlei Antonelli, o processo de impeachment foi fruto de uma falta de diálogo com eleitores e deputados e não justamente pelo aumento indevido dos salários dos procuradores. “É um caso idêntico ao da Dilma. Ela foi cassada pelas pedaladas? Não, mas sim porque a economia estava em frangalhos e acabou sendo caçada por questão política. O caso de Moisés é semelhante, ele conseguiu destruir todas as pontes”, declarou.

Já o delegado Márcio Campos Neves afirma que praticamente toda a questão de impeachment gira em torno da base popular, algo que o governador foi perdendo a medida que se afastava do presidente. “Vocês acham que se ele [Moisés] tivesse colado com o Bolsonaro e cumprido a sua proposta de campanha isso aconteceria?”, disse. “Se ele tem base política e popular, os deputados não levariam isso para a frente”, colocou.

Daniela governadora

Com o afastamento de Moisés, quem assumirá o cargo de governadora será a vice Daniela Reinehr. Daniela será a primeira governadora da história do estado, e vinha se mostrando pouco operante enquanto exercia o cargo de vice. Apesar disso, a expectativa de seu governo é pautada, justamente, por um melhor diálogo com a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e também com o presidente da república.

“Esperamos que ela pelo menos faça uma agenda, no campo político, muito parecida com a do presidente. Que reveja um monte de coisa errada que o governador fez e que possa dialogar claramente com a Alesc, atendendo as demandas regionais trazidas pelos deputados”, reforçou o delegado.

Para Delir Milanezi, Daniela precisa fazer o oposto do que vinha sendo apresentado por Moisés, visitando as regiões e saindo da Casa da Agronômica. “Ele não teve articulação, está acostumado a cumprir ordens e determinar, nunca teve que dialogar”, afirmou.

Os convidados ainda reforçam que é preciso se repensar o papel do vice, seja ele no cargo municipal, estadual ou federal. “O vice quando não é designado a fazer nada vira mero expectante. como foi o caso da Daniela, que foi relegada ao segundo plano. O vice tem que participar exatamente de tudo para que, na ausência do prefeito ou governador, esteja preparado”, destacou Antonelli.

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