Os últimos dias vêm sendo consumidos, na direção do Criciúma, por debates. Onde cortar, como cortar, formas de recompor as finanças que já vinham mal e foram duramente golpeadas com a pandemia de Covid-19. Com custeio mensal de cerca de R$ 1 milhão, o clube viu sua receita desabar a menos de R$ 250 mil. Em entrevista à Rádio Som Maior no dia 8 de abril, o presidente Jaime Dal Farra já antecipava algumas das dificuldades.
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Por essas e outras que, da reunião que se alongou pela última sexta-feira, 17, concluiu-se pela necessidade de demitir. Jogadores com contratos encerrados serão dispensados. Outros ficarão mediante redução salarial. Os ajustes estão sendo analisados, caso a caso, com todo o embasamento do departamento jurídico, para evitar dores de cabeça posteriores. Há, ainda, os funcionários que trabalham na rotina do clube. São cerca de 100 pessoas na folha de pagamento, entre atletas e os que exercem demais funções, desde as administrativas até as de manutenção do estádio Heriberto Hülse e do CT Antenor Angeloni.
De novidade recente para os combalidos cofres tricolores, apenas o repasse de R$ 200 mil a que tiveram direito cada um dos vinte clubes da Série C. Os patrocinadores já eram poucos, e a receita oriunda dos sócios - eram pouco mais de 3 mil pagantes antes da crise - também declina.
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A preocupação interna é das maiores, mas o clube tem externado pouco. Os próprios funcionários, o mínimo que sabem vem das leituras que a imprensa faz, e das poucas informações colhidas. Uma lacônica nota oficial, emitida no fim da tarde de sexta-feira, deu o tom de indecisão que toma o clube, diante do futuro incerto.
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Abaixo, um trecho da nota que deixa mais claros os planos que estão por sair do papel:
Num cenário incerto e instável que se altera a cada dia, e que não se sabe a data precisa que o futebol voltará, foram necessárias, visando a preservação do clube e até sua sobrevivência, tomar algumas medidas duras para impor uma READEQUAÇÃO ADMINISTRATIVA dentro do mesmo, com redução do quadro de funcionários, adequando todas as despesas às receitas atuais.
Sabemos do impacto social e econômico na vida de nossos dedicados colaboradores, porém, precisamos pensar de forma muito racional e vislumbrar em que condições estaremos na volta as atividades assim que a crise passar. As medidas tomadas são imprescindíveis para que possamos voltar em condições de retomar as atividades e reforçar o time profissional que disputará o restante da temporada em condições de buscar o título estadual e o acesso a série B.
Por fim, informamos que além das medidas nos departamentos administrativos, alguns atletas que estão com contratos próximos ao fim não terão os mesmos renovados, e alguns atletas terão seus contratos rescindidos a critério da comissão técnica e direção de futebol.
Entre os atletas de saída do Criciúma, por contratos em vias de vencer, estão os zagueiros Claudevan e Murilo Gomes, o meia Carlinhos e os atacantes Edinan e Daniel Cruz. O técnico Roberto Cavalo permanecerá, porém com salário reduzido. E de resto, muitas incógnitas.
Com as férias concedidas até o fim do mês, não há nada concreto, ainda, sobre a volta do calendário do futebol. A Federação Catarinense de Futebol (FCF) faz movimentos para tentar a retomada do Campeonato Catarinense no dia 16 de maio, mas não há nada concreto ainda.