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A solidariedade viaja de Criciúma a Guiné-Bissau

Missão África, dignidade que parte daqui para moradores de um dos países mais pobres do planeta. Tudo começou com a transformação de roupas usadas

Por Fagner Santos Criciúma, SC, 03/09/2018 - 08:55
Daniel Búrigo / A Tribuna
Daniel Búrigo / A Tribuna

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Talvez ninguém que esteja hoje em Criciúma já tenha pisado naquelas terras, do outro lado do Atlântico, mas uma conexão solidária colocou Brasil e Guiné-Bissau na mesma sintonia a partir de um reforçado café na tarde da última sexta-feira. Do City Club, encravado em uma região altamente urbanizada, emanaram não apenas boas energias, mas também roupas, muitas roupas para vestir as crianças de uma das nações mais pobres do mundo.

Eis a Missão África, um encontro de mais de 40 voluntárias que apanharam roupas usadas e, com bons cortes, tesouras afiadas, linhas entrelaçadas fizeram surgir 2,5 mil peças de roupas que vão conferir dignidade ao sofrido povo guineense. O país, da costa oeste africana, é independente desde os anos 70, fala português e sofre com todo o tipo de carência. Roupas para a sua gente, inclusive.

O endereço dos donativos está definido. O povoado de Tite, aldeia africana de onde brotou há quatro décadas o movimento que emancipou Guiné-Bissau de Portugal, lugarejo onde hoje ainda sofre-se com água escassa, comida rala, desenvolvimento distante e poucos recursos.

Agora é fazer chegar as roupas

Mais uma etapa importante da Missão África foi vencida na última sexta-feira, com a realização do café solidário das voluntárias no City Club. O evento arrecadou mais de R$ 5,5 mil para custear o transporte das roupas até o país africano.

Segundo a criadora da Missão África, Maria Amélia de Barros e Silva, a ideia inicial era produzir 500 vestidos infantis para as meninas da aldeia de Tite. “Fiquei sabendo que as crianças da aldeia não possuíam roupas, então decidi coletar doações de roupas usadas e, com a ajuda de algumas amigas, confeccionar os vestidos. Foram tantas doações que conseguimos quadruplicar a meta inicial e também costurar roupas para os meninos com a ajuda de mais voluntárias”, explicou.

Todos os alimentos servidos no Café Solidário, assim como os aviamentos utilizados para a confecção das roupas, foram doados pela comunidade criciumense e pelas próprias voluntárias. “Muitas de nós não sabiam costurar quando decidiram auxiliar, mas criamos um sistema próprio que auxiliou a transformar camisetas em vestidos para as meninas e as mangas em calças para os meninos”, assinalou a voluntária Nadja Maria Borges. 

A fé que leva progresso

A Missão África faz parte do projeto missionário Comunidade Divino Oleiro, que desde 2011 oferece melhor qualidade de vida à população de Tite. “Disponibilizamos um hospital com maternidade, uma escola, geração de energia elétrica a diesel e escavamos um poço d’água de mais de 100 metros para garantir as necessidades básicas de quem vive próximo à comunidade”, relatou o padre Marcio Alexandre Vignoli, fundador do projeto missionário, que utiliza doações financeiras e de suprimentos para continuar ofertando os serviços. 

Além das necessidades básicas, os oito missionários que vivem em Tite e administram a comunidade também oferecem catequização para os guineenses. “Buscamos criar esperança e visão de futuro para os moradores do quarto país mais pobre da África por meio dos serviços de saúde e educação, mas principalmente com o conforto do evangelho cristão”, apontou o padre. 

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