Voltar para casa após um dia cansativo de trabalho está entre os melhores momentos do dia, mas, para alguns homens e mulheres, isso não é possível. São os moradores em situação de rua, que, pelos mais variados motivos, não têm ou não podem voltar aos seus lares e fazem das praças, calçadas e vias o seu local de moradia. Em Criciúma, somente em julho deste ano, o Centro de Referência Especializado em População de Rua, o Centro Pop, atendeu 134 pessoas. Desse total, 99 eram usuários cadastrados no sistema e que frequentam o local há mais tempo, já os demais 35 tiveram seu primeiro atendimento efetuado no mês passado.
Os números mostram apenas aqueles que procuraram o Centro Pop, mas a estimativa é de que a população de rua da cidade seja ainda maior. A grande maioria é formada por homens, de 18 a 39 anos, mas também algumas mulheres fazem parte da estatística, somando 17 atendidas em julho. Também chama a atenção a quantidade de indivíduos vindos de fora de Santa Catarina: 21 do Rio Grande do Sul, dez do Paraná e 17 estrangeiros.
Entre os motivos que fazem essas pessoas se tornarem moradoras de rua, dois se destacam: a dependência química e a busca frustrada por uma oportunidade de emprego. Dos 134 registros do Centro Pop no mês passado, 99 foram identificados como usuários de drogas. “O perfil do usuário é principalmente de dependentes químicos, do crack e do álcool, também pessoas com transtornos mentais e o morador de outra cidade e outros estados que vem buscar um emprego aqui, não consegue e acaba ficando sem moradia”, comenta a coordenadora do Centro Pop, Priscilla Amboni.