Em requerimento aprovado por unanimidade, a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Criciúma solicita ao Governo Municipal para que envie à Casa Legislativa, quinzenalmente, e por bairro, o número de pacientes que deixarem de comparecer às consultas médicas, exames e procedimentos, agendados na rede pública de saúde do município, o chamado absenteísmo.
O Legislativo de Criciúma ressalta que o pedido de informação faz-se necessário tendo em vista o grande número de pacientes faltantes sem qualquer aviso prévio ou justificativa, prejudicando aqueles que aguardam na fila por atendimento, para uma conscientização da população nos diversos bairros. O assunto já foi debatido em Audiência Pública do Executivo realizada no último dia 17 de agosto na sede da Prefeitura.
Para a presidente da Casa, Roseli de Lucca Pizzolo (PSDB) essa é uma forma de ajudar, tanto a Secretaria Municipal de Saúde em seus controles, como as pessoas que estão na fila esperando por uma consulta ou um exame. "Também assim, cada vereador, que representa uma comunidade, poderá estar cobrando, mostrando para sua localidade a importância do deslocamento ao agendamento. Temos ciência de que o Município está inaugurando também um aplicativo, que já vem dando indicativos de que está dando certo, buscando um caminho, assim como também estamos buscando, pois toda ajuda é muito bem-vinda", colocou.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Criciúma, Paulo Ferrarezi (MDB) destacou que a comunicação é fundamental. "O Município tem tratado esse tema de forma muito coerente. Estivemos com o secretário Arleu, com o Ministério Público, e notamos que o Executivo está tentando mudar, e estamos acompanhando. Mas o cidadão tem que fazer a sua parte. Assim, cidadão fiscaliza cidadão, paciente fiscaliza paciente. Nossa fila tem que acabar", disse.
Números
De acordo com dados apresentados pela Secretaria de Saúde, de janeiro a julho deste ano foram registradas 15.127 faltas em agendamentos nas UBS´s. No mesmo período, foram contabilizadas 11.861 faltas em consultas com especialistas e 804 faltas em agendamentos no Centro de Especialidades Odontológicas. Considerando abril e maio, a pasta registrou 4.449 faltas em exames de alta e média complexidade. No total, levando em conta consultas e procedimentos médicos, a soma chega a 32.241 faltas, além da estimativa de um prejuízo de mais de R$ 3 milhões só de recursos humanos.