A votação da comissão mista de deputados e desembargadores de Santa Catarina para o afastamento do governador Carlos Moisés e da vice Daniela Reinehr segue correndo. Até o momento, somente o relator Kennedy Nunes (PSD) deu seu parecer, a favor do afastamento. Ainda na manhã desta sexta-feira, 23, em entrevista ao programa Adelor Lessa, o deputado Volnei Weber (MDB) comentou sobre o processo.
Volnei fez parte da comissão de trabalho que, em 2019, ao lado de mais duas comissões, trabalhou em prol da consensualização sobre a reforma administrativa. O deputado, inclusive, reforçou que, na época, percebeu-se que haveria a necessidade de uma emenda para que pudesse ser feito aumento dos procuradores do estado. A emenda não foi aprovada pelo governador, mas o aumento foi realizado - culminando, mais recentemente, no processo de impeachment.
“Na época, cinco procuradores entraram na Justiça para requerer esse direito de aumento, mas não todos. Os deputados pensaram em colocar uma emenda dentro da reforma administrativa para dar a oportunidade ao governo de resolver esse impasse, incluindo uma emenda autorizando o governador a partir da sanção da lei a fazer uma equiparação salarial se ele entendesse que houvesse necessidade. Aí ele vetou aquele pedaço de lei e a sancionou de forma parcial. Ele vetou aquilo que daria a oportunidade de resolver os problemas e, posterior a isso, pagou os cinco e demais procuradores, sem autorização legislativa”, declarou o deputado.
Volnei afirma que, além de ter sido uma grande irregularidade por parte do governador, o aumento também acabou causando danos imensos ao estado de Santa Catarina. Com os encargos, o aumento indevido aos procuradores acabaria custando cerca de R$ 10 milhões por ano ao estado.
“A forma como foi feita, no meu entendimento, é errado. No poder público é preciso cuidado e cautela para fazer com que não se cause prejuízo com o dinheiro que é de toda uma população. Se for analisado isso de uma forma muito técnica e com rigor, acredito que o afastamento é praticamente inevitável”, ressaltou Volnei.