A aplicação dos recursos federais que já foram recebidos pelo governo de Santa Catarina e os detalhes do plano de contingência que o Estado adotará diante do aumento expressivo dos casos de coronavírus entre os catarinenses foram questionados pela deputada estadual Ada Faraco de Luca (MDB), durante a audiência pública coordenada pela Comissão Especial que acompanha os gastos públicos para enfrentamento da pandemia, nesta segunda-feira (20). Prefeitos catarinenses também participaram do encontro e apresentaram um cenário de extrema preocupação com o avanço da doença. Uma nova audiência pública foi agendada para 3 de agosto.
Os recursos repassados pelo governo federal para Santa Catarina somam R$ 932 milhões, Desses, R$ 334 milhões já foram transferidos. Diante do montante, Ada lamentou que os investimentos ainda estão aquém das necessidades. Conforme informações do próprio governo, até sexta-feira, o Estado empenhou R$ 278,7 milhões em despesas relacionadas ao enfrentamento da pandemia, para equipamentos e serviços médicos. Desses, R$ 162,2 milhões foram liquidados e R$ 129,4 milhões efetivamente pagos. "Nós precisamos acelerar a liberação desses recursos. As pessoas estão morrendo e o dinheiro está em caixa", afirmou a parlamentar.
Sobre o plano de contingência, o governo apresentou "ações mapeadas para os próximos meses". Entre elas, o lançamento de editais para compras de leitos de Unidades de Terapia Intensiva em hospitais privados e unidades móveis; implantação de suportes ventilatórios; e reuniões virtuais com todas as macrorregiões de Saúde. Segundo Ada, essas medidas já deveriam estar prontas, não em fase de planejamento.
Ausência do governador
Ada lamentou a ausência do governador Carlos Moisés na reunião. "O nosso tempo é curto, a situação é urgente e o cidadão quer respostas. Infelizmente, nós não temos a presença do governador aqui conosco neste momento. Ele estava na reunião anterior, da Comissão de Finanças. Seria um momento muito importante para ele ouvir e falar, já que nós temos aqui autoridades de todas as esferas. Penso que esse seja o assunto mais importante que nós temos para discutir neste momento", afirmou.
Quase uma morte por hora
A parlamentar demonstrou preocupação com a escalada de mortes no Estado, citando o balanço oficial divulgado na noite de domingo, que contabilizou 23 mortes em 24 horas. "Está morrendo quase uma pessoa por hora no nosso Estado. Nas últimas seis semanas, os casos confirmados de coronavírus se multiplicaram por quatro. E tudo isso aconteceu exatamente depois que o Estado lavou as mãos e jogou tudo no colo dos Municípios. Nós precisamos de coragem para tomarmos as medidas necessárias, doa a quem doer", assegurou.