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"Agora com o governador é no pau", avisa Jessé

Em reunião na Acic, deputados assumiram compromisso em pedir reunião com Carlos Moisés

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 17/04/2020 - 12:39 Atualizado em 17/04/2020 - 13:01
Deputado Jessé Lopes, um dos críticos do governador Moisés nesta sexta, na Acic / Arquivo / 4oito
Deputado Jessé Lopes, um dos críticos do governador Moisés nesta sexta, na Acic / Arquivo / 4oito

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Grande parte dos políticos representados na reunião realizada pela Câmara de Vereadores na Associação Empresarial de Criciúma (Acic), nesta sexta-feira, 17, entende que o governador Carlos Moisés precisa dialogar mais na busca de soluções para a crise econômica de Santa Catarina, resultante da pandemia de Covid-19 e das medidas de restrição social adotadas. Por isso, a conclusão do debate é que uma audiência para expor ideias e necessidades será solicitada. Mas, de antemão, os parlamentares já estão prevendo dificuldades.

"O que nós temos que fazer é aprovar o nosso projeto de revogação do decreto dele, continuar fazendo essas medidas para que ele dê algum retorno, alguma resposta", afirmou o deputado estadual Jessé Lopes (PSL). "É no pau, com o governador agora é no pau", completou, provocando aplausos dos presentes.

Antes, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) já havia feito várias críticas ao governador, pedindo a ele que desse aos municípios autonomia para tratar das políticas locais envolvendo o combate ao coronavírus e também a liberação de atividades econômicas. "O Estado não demonstrou um sinal de apoio", afirmou.

Daniel: "não reconheço o governador"

O deputado federal Daniel Freitas (PSL) elevou o tom das críticas a Carlos Moisés. "O Governo Federal tem feito a sua parte, mas para que as coisas aconteçam, o governador precisa nos ouvir. Vamos pedir uma reunião para que o governador nos ouça. Parece um absurdo isso, eu sou o mesmo da eleição, o Bolsonaro não mudou, mas o governador eu não reconheço mais. Não sei nem como chegar nele as demandas do povo que nos elegeu", criticou. 

Em seguida, Daniel fez uma provocação aos deputados estaduais Rodrigo Minotto (PDT) e Luiz Fernando Vampiro (MDB) mencionando que ambos "estão ao lado do governador". "Estás equivocado, Daniel", respondeu Vampiro, que participava da reunião por live, enquanto Daniel estava presente na Acic. "Desde o começo do ano que não frequento a Agronômica", afirmou o emedebista. "Estás equivocado de novo, não estás acompanhando, temos uma posição de independência", completou Vampiro. "Então ele mudou contigo também, Vampiro", respondeu Daniel.

O deputado federal sublinhou, ainda, o caso da cidade de São João Batista que vem ganhando a mídia. "Lá não tem um caso sequer de Covid-19 e mais de 2,2 mil demissões já aconteceram, um prejuízo de R$ 340 milhões. Temos que encontrar soluções para Santa Catarina e para isso precisamos de uma reunião urgente com o governador, ele tem que nos ouvir, esse é o papel do governo", completou. 

Vampiro: "ele nos tratou como em uma live"

Vampiro, que já foi um aliado mais próximo de Carlos Moisés, também reforçou críticas ao Governo do Estado. "Tivemos uma reunião com ele na segunda-feira da semana passada, falou como se fosse uma live e automaticamente não oportunizou ninguém a fazer perguntas, alegando outros compromissos", apontou. "O que temos que ter é responsabilidade, cada qual no seu lugar, nós temos feito o nosso papel, não só com a aprovação de projetos, redução de ICMS e outros, mas também estamos dando o recado, como foi o projeto das academias, das igrejas, e o objetivo na minha concepção é protocolar esse documento no COES que se reúne todos os dias, mostrar essa insatisfação, todas as entidades do Estado inteiro estão mostrando sua insurgência contra proibição de atividades", salientou. "Nós estamos fazendo o que nos cabe, com responsabilidade e sem demagoria", arrematou o emedebista.

Minotto faz cobranças à Caixa

Apoiador de Carlos Moisés, o deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT) rebateu as críticas. "Sobre problemas de comunicação com o governador, o governo instituiu um grupo de apoio, que se reúne todas as tardes e conta com representantes de todos os setores", defendeu. Sobre a relação com municípios, ele lembrou que "o próprio município de Florianópolis ainda mantém quarentena com o isolamento social sendo feito, nós percebemos que há sim setores econômicos que precisam voltar às suas atividades dentro do protocolo da Vigilância Sanitária".

Minotto tratou, ainda, das preocupações econômicas do governador com a crise colocada. "É fundamental que o governo tenha linhas de crédito com taxas de juros baratas, ao contrário dos bancos, que querem ampliar taxas, o governador fez com o Badesc, claro que foi um valor pequeno perante às necessidades, mas fizemos ações na Alesc, com linhas de crédito via Badesc para comerciantes pequenos e médios", salientou. E devolveu a crítica ao Governo Federal, chamando à responsabilidade da Caixa. "Temos uma instituição financeira muito forte que é a Caixa, que poderia oferecer um volume maior de recursos para pequenos e médios empresários, dentro de um processo não tão burocrático como é, respeitando a garantia do recebimento dos seus empréstimos. A economia girar depende muito do Governo Federal", acentuou.

O pedetista lembrou do empenho pela reabertura das academias, um dos pontos mais discutidos na reunião desta sexta-feira em Criciúma. "Nós somos defensores disso, tanto que aprovamos projeto que trata disso, depende agora da sanção do governador. Tudo o que está sendo feito é para preservar a vida das pessoas. Percebemos que o estado é um dos que menos tem mortes, como parte de uma política de prevenção. O setor econômico está sangrando, temos tempo para recuperar isso, com uma política de governo muito clara, a vida não tem como recuperar, mas a economia pode recuperar", finalizou.

Esposa de Ricardo Guidi teve Covid-19

O deputado federal Ricardo Guidi (PSD) contou que sua esposa teve diagnóstico positivo para Covid-19. "Deve ter gente aqui que teve Covid-19 e nem sabe. A minha esposa teve positivo, já passou, e eu não tive. Ela teve febre, indisposição, mas passou, vida normal. Foi ampliado muito. Tem que ter as medidas de distanciamento, o álcool gel, a máscara é importante que todos usem", afirmou.

Guidi referiu que a Câmara Federal tem agido, e o Governo também. Mas pontuou reclamações em relação ao governador Moisés. "Esse diálogo não aconteceu, tudo de maneira muito atribulada, muito longe da melhor solução para o momento. Muito pouco se consegue em termos de diálogo, de discussão de alternativas. Claro que a gente se preocupa com a vida, mas a economia faz parte da vida", ponderou. "Muitos setores poderiam estar trabalhando", completou.

Ele elogiou as medidas econômicas federais, na liberação de recursos e apoio à população e empresários. "É uma resposta importante, que teremos que pagar nos próximos anos, mas o Governo Federal tem mostrado que sabe o tamanho da crise", referiu.

Geovania e o e-mail de Moisés

A deputada federal Geovania de Sá retomou o discurso de crítica à conduta de Carlos Moisés. "Na segunda-feira, dia 13, eu encaminhei um e-mail ao governador solicitando uma reunião com os segmentos do Estado. De dois em dois dias faço reuniões virtuais com representantes de igrejas, a demanda é a mesma de vocês, de reabertura das igrejas. Na segunda-feira, às 13h, solicitei uma reunião para que pudesse ouvir os segmentos, ninguém está contra as medidas tomadas mas o que queremos é discutir, definir critérios, para que os segmentos voltem a funcionar. Temos sim que discutir, ele tem que ouvir os setores", contou.

"A resposta do governador, vou ler, ele me respondeu no meio dia, no fim da tarde, veio assim: 'Informo que nesse momento em razão dos esforços no enfrentamento ao covid-19 e na reestruturação da normalidade de convivência com o vírus em Santa Catarina, bem como no cumprimento aos decretos, todas as audiências estão suspensas até que a situação volte à normalidade'. O governador respondeu assim", reclamou a parlamentar. "Eu me pergunto, como estamos aqui, estamos de forma virtual votando na Câmara, eu ando muito nas ruas e o que me chama a atenção é filas em bancos, supermercados. E os demais segmentos impedidos de operar? Eu pedi ao governador que ouvisse os segmentos, é o que precisamos. Não é para operar em 100%, então operamos em 30%, ninguém está se furtando, vamos obedecer com critérios mas não podemos deixar de operar", completou.

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