O ex-secretário da Casa Civil, Amandio Júnior, depôs na CPI dos Respiradores nesta terça-feira, 30. Amandio foi chamado a depor após ter imagem vinculada ao empresário Samuel Rodovalho, que teve participação na venda dos 200 respiradores mecânicos da Veigamed ao Estado. Na época em que conversava com Samuel, Amandio não estava vinculado ao governo e exercia a atividade empresarial. O ex-secretário se disse injustiçado por ter o nome envolvido na compra com a Veigamed.
Amandio explicou que tratava com Samuel - representante de uma empresa panamenha que exportava respiradores, mas também outros equipamentos de saúde - para importar ao Brasil testes PCR contra a Covid-19, oriundos da Coreia. Segundo Amandio, a finalidade era particular.
Na semana passada, os deputados colocaram uma imagem em que Amandio Júnior aparecia conversando com Samuel Rodovalho, Sandro Yuri Pinheiro (que trabalhou no governo com Amandio) e outro empresário. Ele afirmou que a conversa é do dia 22 de abril, quando o escândalo com a Veigamed ainda não havia se tornado público.
O ex-secretário da Casa Civil negou ser amigo particular de Samuel Rodovalho, como o empresário deu a entender em depoimento à CPI na terça-feira passada. Segundo Amandio, os dois nunca trocaram mensagens particulares, apenas participavam do grupo no Whatsapp para tratar da importação de testes para a Covid-19, negócio que acabou não sendo concretizado.
Amandio Júnior foi anunciado secretário da Casa Civil substituindo Douglas Borba, que acabou preso por possível envolvimento no negócio dos respiradores. Ele chegou ao governo na primeira quinzena de maio e teve a exoneração na última sexta-feira, após conversa e acordo com o governador Carlos Moisés (PSL) por telefone, segundo ele. À CPI, Amandio elogiou o governo Moisés e lamentou ter o nome envolvido nesse caso dos respiradores.
"Eu sou idealista, acredito no governo e nos poderes. A primeira ação que tomei quando assumi, mesmo naquele clima horroroso, fui à Assembleia por entender que é imprescindível para o estado democrático de direito. Um simples aparecimento de uma foto minha de negócio privado jogado na imprensa e eu ser desdenhado como se tivesse participado de algo errado, me corroeu. Me sinto muito injustiçado", apontou.
Ele também disse que não tratou com o governador Carlos Moisés sobre o negócio desastrado com a Veigamed, pois "desde que assumi, tive o compromisso de olhar para frente para o bem do Estado de Santa Catarina". O depoimento de Amandio durou pouco mais de uma hora.