A filiação do governador Carlos Moisés ao Republicanos não descarta um possível apoio do PP. Foi o que considerou o senador Esperidião Amin em entrevista à Rádio Som Maior na manhã desta sexta-feira (11). "A decisão do governador, de se filiar ao Republicanos, é uma resposta a um movimento que o partido teve. Nós convidamos ele a se filiar ao PP, e esse convite foi formalmente apresentado pelas lideranças do partido. O governador tomou a sua decisão e nós podemos considerar o convite que ele nos fez para sermos parceiros, isso não está descartado", afirmou.
Mas Amin lembrou que é pré-candidato a governador. E chegou a reclamar que isso não é considerado com frequência nas análises da mídia. "Mas temos uma decisão partidária a tomar. Tivemos três nomes considerados no ano passado depois de mais de 20 reuniões regionais, o prefeito Joares Ponticelli que está fazendo um grande trabalho em Tubarão, o companheiro Jorge Boeira, que tomou outro caminho, e o Esperidião Amin, que continua e foi formalizado em dezembro como o pré-candidato do nosso partido", afirmou. "Isso até provoca algumas reações dentro do PP pois isso nem sempre é levado em conta quando se comenta o cenário político de Santa Catarina", completou.
"Diálogo entre iguais"
Ele admitiu os diálogos frequentes com o ex-governador Raimundo Colombo (PSD) para uma possível parceria. "O ex-governador Colombo, coirmão e farinha do mesmo saco, a raiz é a mesma embora não sejamos uma federação, nós temos nos reunido com o PSD para analisar uma parceria e ela tem sido uma forte possibilidade. E não precisa de explicação. O PSD, que tem suas origens também no PDS, não precisa se explicar quando coliga com o nosso partido e vice-versa", observou. "Essa conversa é partidária, e na mais recente, terça-feira, estava o prefeito João Rodrigues, de Chapecó, que voltou ao cenário. Não existe posição fixa, o que existe é que o Amin é o pré-candidato do PP mas isso não é uma imposição e nem é uma proibição de que, na negociação, venhamos a ter uma parceria com outra liderança", completou. "É um diálogo entre iguais, e temos que assumir uma postura igual", sublinhou.
Amin chamou a atenção para as desincompatibilizações de prefeitos, nos próximos dias, que ajudarão a desenhar o quadro eleitoral. "Com as desincompatibilizações, vamos vencer a primeira etapa dessa jornada eleitoral. O prefeito de Jaraguá do Sul vai se desincompatibilizar, vamos saber no dia 2 de abril. O prefeito de Balneário Camboriú, o prefeito de Florianópolis, o de Chapecó, têm o mesmo prazo que o governador tinha para se filiar", registrou.
Foco nas nominatas de deputados
Mas voltou a ponderar que o PP tem um bom diálogo com o governador Moisés. Enfatizou, porém, que o partido está focado em suas nominatas de candidatos a deputados estaduais e federais. "A conversa com o governador sempre será amistosa, mas o caminho partidário será o do nosso partido. Estamos fortalecendo as nominatas de deputados estaduais e federais. Temos o Zé Milton, o nosso amigo Comin, a filiação do vereador Kaminski, na região de Tubarão consolidada a candidatura do Pepe Collaço em Tubarão", salientou. "Não excluimos PSDB, Podemos e União Brasil das nossas conversas, e eles têm seus candidatos e nós respeitamos", apontou.
Ele salientou a dificuldade de aproximar MDB e PP em torno de Carlos Moisés. "O governador está tendo um apoio ecumênico hoje na Alesc, e ele considera que se filiasse no PP ele afastaria a possibilidade do MDB, e vice-versa. Ele procurou esse caminho, é uma decisão dele, não me cabe comentar. Há explicações e só as consequências, só o resultado disso dirá o quanto foi ou não foi boa", relatou. "Não é uma novidade, novidade vai ser depois de avaliar, se isso vai permitir que o MDB o apoie, quem sabe até oferecendo o vice, ou se vai permitir que o PP o apoie, os fatos é que vão poder atestar. Mas é uma aposta que ele fez", sublinhou.
Conversa interpartidária
Questionado se o PP pode ser o caminho de Raimundo Colombo ou do prefeito João Rodrigues, de Chapecó, Amin, despistou. "Não, não. O que existe é uma conversa interpartidária. Mas essa especulação deve ocorrer a todos. Ambos foram do PDS, Raimundo Colombo foi presidente da Juventude Democrática Catarinense. O João Rodrigues já foi do nosso partido. É aí que vem a história da raiz", disse.
E Amin pediu atenção ao cenário eleitoral, lembrando que o colega senador Rodrigo Pacheco retirou a pré-candidatura à presidência pelo PSD, o que poderá redundar em novos fatos com repercussão em Santa Catarina. "O PSD tinha até ontem a expectativa de ter o Rodrigo Pacheco candidato a presidente. Ele retirou a candidatura. O que se especula em Brasília, é que o governador Eduardo Leite pode se filiar ao PSD. Isso cria um outro polo de candidatura, com grande influência em Santa Catarina, pelo fato da vizinhança com o Rio Grande do Sul", destacou. "Depois do dia 2 de abril haverá a redução do frenesi pois as convenções só serão em agosto", frisou.
Ouça a entrevista do senador Esperidião Amin ao Programa Adelor Lessa no podcast: