Foi apresentado no final da tarde desta terça-feira, 18, o relatório final da CPI dos Respiradores, que investigou o Governo de Santa Catarina no processo de compra de 200 equipamentos médicos, os quais não chegaram ao Estado, pelo valor superfaturado de R$ 33 milhões. Uma vez apresentado, a previsão é de que o relatório resulte em algumas consequências em outras esferas de poder - uma delas já apontada, o novo processo de impeachment do governador Carlos Moisés.
O deputado estadual Kennedy Nunes, membro da CPI, afirmou que houve dolo e má intenção por parte de servidores, secretários e empresários - incluindo formação de quadrilha, por parte da empresa vendedora dos equipamentos.
O pedido de impeachment de Moisés, por crime de responsabilidade, será encaminhado ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado. O Ministério Público também receberá o relatório e as solicitações para poder realizar os encaminhamentos que forem vistos como necessários.
“Nosso relatório só livra, de todos os envolvidos, uma pessoa: o Rafael Wekerlin, da Brazilian Trade, aquele rapaz que foi utilizado como laranja para fazer proposta que depois foi copiada e entregue ao governo. Esse, de todos os envolvidos no processo, foi o único tirado, que vimos que agiu sem maldade e que quando percebeu que tinha maldade, pulou fora. O restante foram todos envolvidos, inclusive o governador, que dizia que não sabia e que não fazia parte do processo”, disse o deputado.
Kennedy ressalta que a constatação de que o governador sabia da compra dos respiradores foi constatada pelo próprio Moisés, durante as lives de final do dia que fazia para atualizar os números do Covid-19.
“Aquilo foi a grande comprovação de que o governador soube desde o dia 27 de março o processo. O que culminou na mentirosa resposta do governador à CPI e a sociedade foi o presidente do Tribunal de Contas, que disse em depoimento ao GAECO que falou sim, no dia 31 de março, com o governador ao telefone, alertando ele que não podia fazer compra com pagamento antecipado e que, se fizesse, que tivessem garantias”, pontuou.