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O momento é de dificuldades. De pressão para o Mundo todo. A contaminação de diversos países com o coronavírus alarma a população. No Brasil, já são 34 mortes e mais de 1,8 mil casos confirmados. E as pessoas estão ficando cada vez mais preocupadas, se alimentando com uma preocupação que, mesmo que justificável, muitas vezes não as fazem bem.
O psiquiatra João Quevedo esteve nesta segunda-feira, 23, em uma live com a Som Maior para dar algumas dicas de como manter a saúde mental em tempos difíceis como esses. “Tenho observado que as pessoas estão adoecendo antes mesmo de contraírem o vírus, um adoecimento emocional, pânico, medo e insegurança, que os levam muitas vezes a agir de maneira equivocada, como a fazer compras excessivas no supermercado”, comentou.
Quevedo destaca que a grande maioria das pessoas que estão em quarentena contam com a companhia de alguma pessoa, geralmente um familiar, e este é um momento de reaprender a conviver com essas pessoas, sentar na mesa e simplesmente conversar. Para aqueles que estão realmente sozinhos na quarentena, aproveitar a tecnologia para se manter conectados com os outros é uma boa opção.
“Hoje temos tantos recursos tecnológicos para se conectar. Não estamos mais realmente sozinhos, o problema principal é aprender a estar fisicamente junto, é algo que a gente desaprendeu”, pontuou.
A modernidade e as novas tecnologias permitiram também que as consultas médicas possam ser realizadas através de videochamadas - o que contribui para a continuidade do trabalho em cima da saúde emocional das pessoas. A telemedicina já é uma realidade e, agora, é regulamentada pelo Ministério do Brasil, sendo uma ótima opção para a área da psiquiatria.
Algo para se questionar sempre, principalmente durante momentos de pandemia como este é: até onde a preocupação afeta a minha vida? “Os sintomas psiquiátricos são exacerbações de manifestações do comportamento humano em excesso. É normal ficar preocupado, já que isso faz com que tomemos medidas necessárias, mas existe uma zona cinzenta entre uma preocupação que faz você funcionar melhor ou pior. Qualquer disfunção de comportamento se torna doença quando impacta o seu funcionamento”, disse o psiquiatra.
As pessoas que já tomam medicamentos psicológicos devem continuar, sem medo de efeitos não antes já conhecidos. Algo essencial para manter a saúde mental em momentos como esse, de acordo com Quevedo, é se desligar das notícias muitas vezes, ficar fora do Whatsapp por 24 horas e tentar relaxar, se desligar e buscar apenas a informação necessária. “Muitas vezes precisamos pensar no hoje”, afirmou Quevedo.
Tamanha é a importância da saúde mental que essa, quando não bem tratada, acaba podendo acarretar em problemas imunológicos como um todo - e baixa imunidade é mais um dos fatores negativos de contração do coronavírus. Estar em contato sempre com as pessoas, através de videochamadas e de áudios, consumir conteúdos interessantes e que não te deixam ansioso ou estressado são algumas dicas essenciais para manter a saúde mental em um bom nível.
