Em passagem por Florianópolis, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que pode deixar o PSL. Em entrevista à Rede Acaert de Notícias, ele citou os problemas que o partido vem enfrentando. "Estamos com problemas graves, eu quero transparência, nada além disso, não tem porque grupos brigarem, é transparência. Um lado não quer a transparência. Não posso ficar em um partido sem saber o que acontece lá", disse.
Bolsonaro foi além. Afirmou que, se deixar o PSL, muita gente sairá com ele. "Qualquer caso envolvendo alguém do PSL no Brasil quem é o responsável? Eu. Esperamos oito meses, o partido não se arrumou ainda, espero que se arrume, não gostaria de sair mas se for necessário vou seguir a minha linha. A maioria do partido vai continuar comigo caso eu venha a sair. Não pretendo. A maioria honra o compromisso de campanha mas uma minoria não, se enveredou por outro caminho", avaliou.
Bolsonaro participou nesta quinta-feira, na Capital, da aula magna do curso de formação profissional da Academia Nacional da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que vai preparar 1.198 novos policiais rodoviários para atuar em todo o país. Em Santa Catarina serão cerca de 60 novos agentes.
Cauteloso sobre o STF
O presidente se esquivou de opinar sobre o julgamento da validade da prisão em segunda instância que está sendo feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Como chefe de poder eu não critico os vetos derrubados pelo Parlamento. Eu não posso criticar nem externar um pensamento sobre algo que onze magistrados vão julgar. Uma vez julgando eu acolho o resultado. Poderia como parlamentar, se fosse ainda, emitir minha opinião para o projeto e fazer até críticas, mas como chefe do Executivo eu tenho que zelar pelo bom entendimento entre nós, pois acima de nós está o Brasil e a governabilidade", enfatizou.
A recuperação da economia foi lembrada por Bolsonaro. "Ninguém faz nada sozinho. Os poderes se harmonizam, em que pesem as críticas, que são bem vindas para corrigir o nosso destino. A economia tem dado sinais de recuperação. Tenho viagem para Japão, China e Oriente Médio, todos querem conversar conosco, investir no Brasil, nós estamos restabelecendo a confiança perante ao mundo. É o grande legado dos poderes da República", destacou.
Descontingenciamento
Questionado sobre a relação com Santa Catarina, Bolsonaro lembrou que o descontingenciamento de recursos do orçamento da União, que está sendo anunciado, vai melhorar a capacidade de investimento. "A gente faz o que é possível. Todos os filhos são iguais para o pai, temos problemas de orçamento, tá complicada a situação. A previsão é que esse ano tudo seja descontingenciado, temos um teto de gastos, a despesa obrigatória vai subindo, é a grande dificuldade. Gostaria de fazer mais, nossos ministros tem trabalhado duramente nisso", sublinhou. Sobre os contatos com o governador Carlos Moisés, que o acompanhou durante toda a passagem por Florianópolis, Bolsonaro foi polido. "Não levo em conta o partido, mas a pessoa em si. Tudo o que puder fazer para ajudar o governador, vamos fazer. Obviamente que por ser do partido temos um carinho a mais", comentou.
O papel da mídia foi comentado pelo presidente na Capital. Ele criticou a grande mídia e elogiou os veículos médios e de menor porte que, segundo ele, lidam melhor com a verdade. "A imprensa tem que vender a verdade, toda a imprensa que mostra a verdade vai para a frente. A pequena imprensa está muito mais ao lado da verdade que a grande mídia. Nós conseguimos, sem perseguir ninguém, mostrar para eles que o dinheiro público tem que ser investido em saúde, educação, segurança, e não fazer propagandas enganosas sobre o governo de plantão", destacou.
Confira a íntegra da entrevista à Rede Acaert no podcast: