Com longo currículo na política brasileira, como governador, senador e até ministro, Jorge Bornhausen esmiuçou, em entrevista à Rádio Som Maior na manhã desta segunda-feira, 27, o trajeto de Jair Bolsonaro até chegar à presidência da República. De acordo com o político, que também é advogado, o presidente alcançou o posto por diversos fatores, mas principalmente pelo fracasso e escândalos proporcionados pelos governos do PT.
"Ele conseguiu chegar ao poder com palavras fortes, como homem da bala, vestir esta roupa do anti-PT. Com isso, cresceu e o atentado fez com que o voto útil migrasse para ele antes do tempo e o livrou dos debates com os demais candidatos, para se tornar presidente da República", explica Bornhausen que cita o passado de pouca ascensão profissional e política do atual presidente. "Foi uma pessoa que no exército não passou de capitão, teve que ser reformado porque não tinha condições de continuar na carreira. Como parlamentar, em mais de 20 anos não produziu nada, a não ser fazer parte da bancada da bala", comentou.
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De acordo com o ex-ministro, Bolsonaro ganhou muitos pontos com a aproximação com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o período eleitoral. "Ele conheceu o Paulo Guedes e o chamou de 'Posto Ipiranga', muitos deram seu voto, inclusive eu, no segundo turno, em função do futuro ministro Guedes, que conheço bem e considero um grande economista", relembrou.
Bornhausen definiu o time de ministros de Bolsonaro como "ilumninados e obscuros". "Os iluminados eu destaco, além de Paulo Guedes, a Tereza Cristina, que é uma extraordinária ministra, e também o Mandetta, que teve uma grande atuação. Os outros, os obscuros, foram indicados pelo grupo do Olavo de Carvalho, um louco que ilumina os filhos do presidente, que atrapalham o tempo todo o governo", disparou o ex-governador, que é reconhecidamente de ideologia de direita.
Ouça a entrevista ao Programa Adelor Lessa no podcast.