O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional na noite desta terça-feira, 24, em rádios e TVs do país. Em sua fala, o presidente se mostrou contrário à suspensão das atividades nos estados e municípios do Brasil. De acordo com ele, os casos do novo coronavírus são mais comuns em idosos, sendo assim disparou "Então, por que fechar escolas?". Bolsonaro ainda parabenizou o trabalho do ministro da Saúde, Henrique Mandetta e voltou a falar sobre a histeria instalada pela imprensa. Também agradeceu ao trabalho realizado pelos profissionais de saúde.
"Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos sim, voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa", comentou. "O que se passa no mundo, tem mostrado que o grupo de risco é das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos de idade. 90% de nós, não teremos qualquer manifestação caso de contamine", completou.
Apoio a Mandetta
Durante pronunciamento, Bolsonaro mostrou apoio ao ministro da Saúde, Henrique Mandetta. "Mais cedo ou mais tarde ele [vírus] chegaria ao Brasil. Nosso ministro reuniu-se com quase todos os secretários de Saúde dos estados para que um plano estratégico de enfrentamento ao vírus fosse construído. Desde então, nosso ministro doutor Henrique Mandetta vem empenhando um excelente trabalho de esclarecimento e preparação do SUS para o atendimento de possíveis vítimas", afirmou.
Contudo, Bolsonaro voltou a falar sobre o pânico e a histeria que, segundo ele, foi instalado no país. "Mas, o que tínhamos que conter naquele momento, era o pânico, a histeria e ao mesmo tempo traçar estratégias para salvar vidas e evitar o desemprego em massa. Assim fizemos, quase contra tudo e contra todos", comentou.
Ataque à imprensa
Conforme o presidente, grande parte da histeria instalada no país foi devido a imprensa, que alarmou a população com informações sobre o coronavírus. "Grande parte dos meios de comunicação foram na contra mão, espalharam exatamente a sensação de pavor, tendo como carro chefe o anúncio do grandes vítimas da Itália. Um país com um grande número de idosos e com o clima totalmente diferente do nosso. Um cenário perfeito, potencializado pela mídia para que uma verdadeira histeria se espalhasse pelo nosso país", afirmou.
Para Bolsonaro, o discurso midiático mudou nos últimos dias. "Contudo, percebesse que de ontem para hoje parte da imprensa mudou seu editorial. Pedem calma e tranquilidade. Isso é muito bom, parabéns imprensa brasileira. É essencial que o equilíbrio e a verdade prevaleçam entre nós", enfatizou.
Os exames de Bolsonaro testaram negativo para o coronavírus, contudo, de acordo com ele, acredita que o vírus não o abalaria. "No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão", comentou o presidente referindo-se ao médico Dráuzio Varella e a rede Globo.
Busca pela cura
De acordo com o presidente, entidades dos Estados Unidos da América e do Brasil estão atuando em busca da solução. "Enquanto estou falando, o mundo busca um tratamento para a doença. O FDA Americano e o Hospital Albert Einsteisn, em São Paulo, buscam a comprovação da eficácia da Cloroquina no tratamento do Covid-19", comentou. O remédio é fabricado no Brasil e é utilizado contra a malária, lúpus e artrite.
Por fim, Bolsonaro prestou uma homenagem a todos os profissionais da saúde.