Uma vez candidato a vice e duas a prefeito. Havia quem esperasse, com essas participações e bons resultados colhidos, que o empresário Fábio Brezola estivesse de novo na urna em Criciúma. Mas ele optou por não participar da eleição de 2020. Presidente municipal do PSB, partido para o qual havia migrado em 2017, quando deixou o PT, Brezola abriu seu voto na tarde desta sexta-feira, 6.
"O pessoal tem me perguntado bastante nos últimos dias porque eu não fui candidato a prefeito, se na última fizemos um trabalho bacana, uma boa votação. Eu não sou bobo, o Clésio (Salvaro) vai fazer a grande maioria, quase 80% querem votar no Clésio Salvaro", disse. A partir daí, ele elencou projetos que tinha para a cidade, em suas candidaturas passadas, e que segundo ele o prefeito realizou. "Eu falava em abrir a UPA da Próspera, passaram vários prefeitos e ninguém abria, o Clésio abriu. Eu falava em colocar em atividade o HMISC, que era um elefante branco, o Clésio foi lá, abriu e hoje se tornou uma referência para a região", comentou. Na sequência, pediu o voto citando o número de Salvaro.
Um fator que chama a atenção nesse anúncio é a filiação de Brezola. Ele é do PSB, partido que oficialmente encontra-se na coligação de Rodrigo Minotto, candidato do PDT e que conta, ainda, com o apoio do PCdoB. "É que há um acordo nacional entre PDT e PSB, para que um partido apoie o outro na cidade onde somente um dos dois tenha candidatura a prefeito. Foi o que aconteceu. Mas particularmente sempre deixei clara minha posição", justificou o presidente do PSB, que garante ter a liberação das instâncias superiores para adotar esse comportamento, de pedir voto para um candidato contrário ao da coligação da qual o seu partido faz parte.
As tentativas de Brezola
Brezola surgiu para o cenário político local em 2008. Na ocasião, filiado ao PDT, foi a alternativa do partido para suceder o então vice-prefeito Gelson Fernandes na coligação que sustentava a candidatura de Décio Góes (PT) à prefeitura. O prefeito era Anderlei Antonelli (MDB), que não concorria à reeleição, e Brezola entrou nas últimas semanas de campanha, causando boa impressão na chapa com Décio, que até então enfrentava dificuldades de afinidade com Gelson, que havia deixado o MDB, pelo qual elegeu-se em 2004 vice de Antonelli.
Décio, com Brezola de vice, terminou aquela eleição em segundo lugar com 31.447 votos, ou 28,67%, atrás do eleito Clésio Salvaro, que partia para seu primeiro mandato de prefeito com 53.329 votos, ou 48,62%. Naquela eleição, Brezola pelo PDT estava aliado a PT, PV e PCdoB.
Em 2012 Brezola manteve-se fora da disputa, mas voltou à tona em 2013, na eleição suplementar após a cassação da candidatura e da reeleição de Salvaro. Já pelo PT, concorreu a prefeito em coligação com PSL, PRB, PRP e PTC, tendo como vice o também petista Arnoldo Mattos. A chapa terminou em terceiro lugar com 10.895 votos, ou 10,26%. Perdeu por pouco para Ronaldo Benedet (MDB), que fez 12.629 votos, ou 11,89%. Faltaram menos de dois mil votos para Brezola vencer o então deputado federal. Márcio Búrigo (PP), o vice de Salvaro, venceu aquela disputa com 76.748 votos, 72,27%. Houve, ainda, outros três concorrentes superados por Brezola: Américo Faria (DEM), Cíntia dos Santos (PSTU) e Rodrigo Maciel (PCB).
Brezola tentou de novo a prefeitura em 2016 pelo PT, em chapa pura, e novamente foi o terceiro, tendo como vice o petista Dr. Juliano. Fez 11.890 votos, um leve acréscimo em relação a 2013, computando 10,87%. Perdeu por pouco para o então prefeito Márcio Búrigo, que foi segundo, em coligação do PP com o MDB, somando 13.018 votos, ou 11,91%. Salvaro ganhou o atual mandato com 82.959 votos, ou 75,87%. Brezola ficou à frente de Odelondes de Souza (PSOL).
Em 2018, Brezola concorreu a deputado federal pelo PSB e somou 8.547 votos.