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Carlos Moisés admite falha na comunicação com deputados

Governador reconhece que alguns erros precisam ser ajustados mas diz que não vai renunciar

Por Gregório Silveira Florianópolis, SC, 29/09/2020 - 14:45 Atualizado em 29/09/2020 - 14:51
Foto: Divulgação
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Em entrevista a jornalistas do grupo ND o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL) falou sobre os pedidos de impeachment que tramitam na Assembleia Legislativa e que podem acabar caçando ele e a vice Daniela Reinert (Sem partido). Durante os 18 minutos de convesar Moisés admitiu que houve falha na comunicação do governo e adiantou que a palavra renúncia não existe para ele.

"Eu não virei as costas para os deputados. Em 2019 tínhamos 28 deputados na base governista. Em 2020 veio a pandemia e, consequentemente, todos se afastaram", afirmou Moisés.

Ao ser perguntado, sobre uma possível renúncia para provocar uma eleição direta e sobre a característica de conduzir um governo pouco comunicativo, o governador pela primeira vez admitiu que mudanças têm que ser estudadas, mas que não vai deixar o cargo.  "Não renunciamos. É uma palavra que não existe no nosso vocabulário. Nós temos confiança que o governo é bom. Sabemos que teve (o governo) suas dificuldades de comunicação que podemos melhorar. Estamos aqui hoje para tentar nos comunicarmos mais e vamos corrigir os erros."

Ao falar dos dois processos de impeachment contra ele e a vice na casa legislativa, Moisés disse que não passa de um jogo político.

"O que se percebe é um movimento 100% político. Pois não há causa jurídica. Significa dizer que querem tirar um governo nesses dois processos. Nós acreditamos que os votos dos desembargadores e dos deputados serão técnicos e justos."

Ao falar sobre a continuidade do primeiro pedido de impeachment na Assembleia, Moisés demonstrou desapontamento, inclusive com os deputados do seu partido, que votando em plenário, foram a favor.

"Os parlamentares queria fazer a base de 14 votos. Mas percebemos que fomos dormir com 18 votos e acordamos com seis."

Em ambos os processos a acusação contra  governador e vice é de crime de responsabilidade, porém Carlos Moisés deixou claro não concordar com isso.

No caso dos respiradores
"Governador não compra e por isso não tenho responsabilidade nisso. Governador tem a responsabilidade nos atos que têm a digital dele. Nos respiradores o governador não comprou. Se houve má fé essas pessoas deve ser punidas." 

No aumento dos procuradores 
"Na questão dos procuradores não têm justa causa também. Trata-se de uma ação judicial que já estava tramitando. Foi um ato de procuradores ampliando a  decisão judicial. Não há assinatura do governador autorizando o pagamento", encerrou Moisés.


Fique por dentro dos dois pedidos de Impeachment tramitando na Alesc 

Pedido 01 
Trata-se da ilegalidade do aumento salarial concedido aos procuradores do Estado. 

Fase
Tribunal do Misto composto por cinco deputados e cinco desembargadores e presidido pelo presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina o desembargador Ricardo Roesler, está analisando as denúncias, bem como as defesas de Carlos Moisés e Daniela Reinert, para ver se serão processados  por crime de responsabilidade. Caso isso aconteça eles serão afastados por 180 dias e assume o governo o presidente da Alesc o deputado Júlio Garcia.  


Pedido 02 
Entre os supostos crimes estão a compra de 200 respiradores com pagamento antecipado indevido de R$ 33 milhões e procedimento irregular na contratação de um hospital de campanha no valor de R$ 100 milhões.  

Fase 
Comissão Especial composta por 9 deputados avalia se arquiva ou se dá continuidade ao processo na Alesc. Em caso de prosseguimento será instalado o Tribunal Misto.

Confira na íntegra a entrevista do governador ao grupo ND:

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