A Comunidade Assistencial Sindical de Criciúma (Cascri), que presta serviços de saúde (médicos e dentistas) a associados e seus dependentes de cinco sindicatos de trabalhadores, completa 50 anos de fundação nesta segunda-feira (18). “Fundada em abril de 1972, a Crascri, assim como os sindicatos de trabalhadores que a mantém, resiste aos efeitos da reforma trabalhista de 2017 graças a gestão eficiente de recursos e focada em seu objetivo de promover a saúde do trabalhador”, informa o presidente da entidade, Edson Rebelo, o Japonês.
Para marcar data, a diretoria da Cascri realizou um encontro dos médicos, dentista e funcionários da entidade em sua sede própria, no edifico Bolonha, no centro de Criciúma. “Temos um funcionário que está na Cascri desde o primeiro ano das atividades, outros que dedicaram grande parte de suas vidas à saúde do trabalhador e merecem nosso reconhecimento”, diz Rebelo, que é vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região.
A Cascri surgiu atendendo proposta do Ministério da Saúde aos sindicatos de trabalhadores propondo uma “descentralização” do atendimento médico, no início da década de 1970. “A proposta era interessante; sindicatos criavam uma organização, contratavam médicos, faziam o controle e a administração; o Ministério da Saúde custeava os salários de todo pessoal e destinava mais 50% do total para custeio das atividades”, conta Ausemir Mendes, o Mí, administrador da Cascri, e que está na entidade desde junho de 1972.
Nos anos seguintes o repasse de recursos federais deixou de ser atualizado e a economia em períodos de alta inflação deixou toda manutenção da Cascri sob responsabilidade dos sindicatos. A prestação de serviços não mudou, pois os sindicatos contavam com receita proveniente do chamado “imposto sindical”, formado por um dia de trabalho de cada empregado formal da categoria representada. Esta realidade permitiu a continuidade até 2017, quando a “reforma trabalhista” eliminou a contribuição sindical que era anual.
“Anualmente a Cascri, até 2017, realizava aproximadamente 15 mil atendimentos ao ano, ou seja, mais de 1.250 procedimentos mensais; mas após a reforma trabalhista, em 2018 a entidade esteve ameaçada de ser fechada; contudo, os sindicatos dos comerciários, metalúrgicos, químicos, da saúde e de professores da rede particular de ensino, criaram condições para que os atendimentos continuassem”, relata Japonês.
Atualmente a Cascri conta com serviços de médicos clínico geral, pediatria e ginecologia e de cirurgião dentista. As consultas e procedimentos foram concentrados em três dias da semana (terça, quarta e quinta-feira) e a quantidade de atendimentos se reduziu a 3.554 em 2021, conforme a possibilidades financeiras dos sindicatos. “A Comunidade Assistencial Sindical de Criciúma não recebe recursos de nenhum órgão governamental e tira da fila do SUS milhares de trabalhadores todos os anos, apesar da reforma”, finaliza Rebelo.