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Embora as imagens de bons cardumes e pescarias abundantes sigam correndo as redes sociais, a realidade tem sido dura para os pescadores do litoral sul catarinense. "Não vamos fechar a safra nem com metade do que pescamos no ano passado", lamenta o presidente da Colônia de Pescadores Z-33, do Balneário Rincão, João Picolo. "Do jeito que vai, mal pagamos a despesa", concorda o presidente da Colônia Z-14, do Farol de Santa Marta em Laguna, Antônio dos Santos.
No Rincão, a safra de tainhas rendeu, até agora, pouco mais de 30 toneladas para os pescadores filiados à colônia. "Mas os últimos dias estão fracos", observa Picolo. "No estado inteiro anda assim, nessa média", constata. "A safra está assim mesmo, complicada", confirma o presidente Antônio, de Laguna, da colônia que atende cerca de 2,6 mil pescadores. Os números da safra, a Z-14 ainda não tem. "Esse número detalhado vamos ter no começo do mês que vem", comenta. Mas ele concorda com o colega do Rincão, apontando para metade da safra passada como a tendência de resultado, o que inquieta os profissionais da pesca.
E a causa disso? Para os lagunenses, não se pode atribuir apenas à temperatura do mar. "Pescador tem ano com abundância. Outros, menos. Eu sou um pescador que comecei com 8 anos a sair com o pai, pescamos dentro da lagoa e na praia. Tinha ano que a gente ficava esperando, não se fazia nada na safra. O peixe passava por fora, o tempo era quente, dependia da corrente das águas, da maré, se era norte, se era sul. Não é somente pela temperatura do mar", garante Antônio. "Eu acredito, como pescador, que a natureza tem ano para sustentar a gente. Nós dependemos da natureza, e esse ano não deu vento sul. Quando não dá vento sul, não dá safra boa", conclui.
