A manhã desta sexta-feira, 9, é de despedidas a José Augusto Hülse. O ex-prefeito, falecido na manhã passada aos 82 anos, tem recebido as mais diversas homenagens. Em uma delas, faz pouco no Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior, o jornalista Nei Manique explicou a razão do tratamento "doutor" dispensado desde sempre ao engenheiro que comandou a cidade entre 1983 e 88.
"Em toda a cidade tinha o advogado, o médico e o engenheiro. E todo engenheiro de minas, antigamente, era tratado como doutor. Ai de quem não chamasse ele de doutor. E assim valeu para o doutor Zé Augusto. Tinha vários doutores Josés, mas ele era conhecido como doutor José. Era uma marca de respeito e carinho", contou Manique, que produziu, dirigiu e editou o documentário "Zé: 30 anos depois. Reminiscências de um governo popular", lançado em março, peça que tratou da gestão Zé Augusto em Criciúma.
"Da mesma forma que o engenheiro Ruy Hülse, primo do doutor Zé, é conhecido até hoje como doutor. E o primeiro arquiteto de Criciúma, Fernando Carneiro, é conhecido até hoje como doutor Fernando", recorda.
Foi lembrada, também, a vertente conciliadora de José Augusto Hülse. "Ele governou com os extremos. Ele tinha de gente da esquerda até conservadores de direita sob o mesmo governo, e convivia com todos. Ele conviveu com extremos, faíscas, tensões, e sempre conduziu isso muito bem", destaca Manique. "O doutor Zé teve competência política e uma veia para administrar as diferenças", reforça.
A oportunidade de ter lançado o documentário com o homenageado em vida, e em tempo de assisti-lo, é um fator de conforto para o jornalista. "Reconhecer o talento, a capacidade realizadora de um homem como José Augusto Hülse em vida, e não entre as lágrimas e os lamentos de uma despedida, é muito bom", conclui.
O sepultamento de José Augusto Hülse acontece em seguida das 9h no Cemitério Municipal do Bairro São Luiz.