Acontece desde o início da manhã desta segunda-feira (9) uma manifestação de moradores da região do Morro Albino e Verdinho. O movimento é contra o mau cheiro, problemas ambientais e demissões de funcionários por parte de uma empresa de abate de aves. Além de moradores e ex-funcionários da empresa, o vereador Ademir Honorato está no local.
“Até uns dois anos atrás venho acompanhando o problema do mau cheiro aqui. O tempo se passou e várias coisas aconteceram e agora temos mais um problema, que é a demissão de funcionários”, disse o vereador.
“A situação já está complicada há quatro meses. Empresa sempre pedindo uma segunda chance. A gente está sofrendo bastante, está complicado. O pessoal está sempre pagando duas vezes. No último pagamento eles apara aproximadamente 30 pessoas e demitiram todas. A gente não sabe a situação que vai ficar. Queremos uma solução o mais rápido possível”, contou o ex-funcionário da empresa Emerson dos Santos.
“A gente está sofrendo com a questão dos pagamentos. Eles nos demitiram por telefone e até agora não pagaram nada. O meu filho, a minha filha e o meu genro saíram e até agora ninguém pagou nada”, explicou Sônia Castro, ex-funcionária.
“Na verdade esta empresa foi colocada aqui toda ilegal e estamos lutando há três anos para mostrar que ela é ilegal e não deveria estar aqui. Já conversamos com a empresa e nada foi feito. Agora está essa confusão de funcionários. Dentro desta empresa tem uma empresa contratada por um juiz para levante esta empresa. Aí eu me pergunto: como pode um juiz deixar isso? Agora tem uma empresa ali, mas que empresa é essa que não honra nem o pagamento de funcionários? Como pode um juiz deixar uma empresa que não respeita nem a questão ambiental?”, questiona a moradora Gerusa Cizeski Dalmolin.
Hoje o vereador Ademir Honorato leva o assunto para a Câmara de Vereadores de Criciúma. “Este é um caso jurídico. Hoje na Câmara a comunidade vai expressar o seu problema. Vai ser feito um estudo em cima disso e a participação da comunidade é importante. Hoje a noite vamos receber a comunidade e acatar suas reinvindicações”, disse Honorato.
Segundo a presidente da Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri), Anequésselen Bittencourt, a fundação não pode fiscalizar a empresa, já que está licenciada pela Fatma. “Recebemos muitas denúncias de moradores e fomos fiscalizar. Então percebemos que a empresa é certificada pela Fatma. Nós participamos de uma reunião entre moradores, prefeito e Fatma. Hoje, judicialmente, a empresa está apta a trabalhar. Eles firmaram um termo de compromisso com a Fatma. O que tenho conhecimento no momento é que a empresa não regularizou as questões ambientais”, revelou.
“É uma empresa licenciada pela Fatma. Nós buscamos a Promotoria Pública que conversou conosco e com os agricultores e colocou a par da situação. Ele colocou de que estavam conversando com a Fatma a respeito desta licença dada e do problema causado pelo mau cheiro. Fomos numa reunião com prefeito, responsáveis pela empresa, moradores e Fatma. A empresa que prometeu contratar uma empresa responsável para melhorar essa questão ambiental, o que até hoje não foi cumprido. Empresa conseguiu na justiça o direito de voltar a funcionar e foi feito um acordo para que a empresa cumprisse as determinações. Acho que a comunidade está fazendo o correto se manifestando. A empresa tem direito de estar ali instalada, mas não tem o direito de prejudicar a comunidade”, afirmou Maristela Borgeti, diretora de agricultura da Gerência de Agricultura da Prefeitura de Criciúma.
“Como presidente do conselho procuramos ver as questões de agricultura de Criciúma de um modo geral. A comunidade nos procurou para falar sobre esse assunto. O cheiro é realmente insuportável. Sem contar nas várias irregularidades quanto a questão dos dejetos que não tem o tratamento adequado. Então o conselho se manifesta a favor dos moradores. Não somos contra o desenvolvimento e contra geração de empregos. Mas a empresa não está de acordo com o quer a comunidade deseja”, disse Jeferson Dagostim, presidente do Conselho de Agricultura.