O número de internações de pacientes positivados e suspeitos para Covid-19 em Criciúma praticamente quadruplicou em menos de um mês. Os boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde mostram que, de 12 de outubro à 10 de novembro, a cidade saltou de 21 para 82 internações.
Em 12 de outubro, somente 11 pacientes estavam internados: cinco em clínica e seis em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), todos positivados. O número de internados em Criciúma residentes em outros municípios era ainda menor: 10, dos quais sete estavam em UTI e somente três em clínica.
Agora, a realidade é outra. Dos 82 internados no município, 40 são criciumenses e 42 residem em outras cidades. São 26 pacientes em UTI, somados os residentes em Criciúma e de outras regiões, positivados ou suspeitos para o novo coronavírus.
Mais internações do que em setembro
Em 22 de outubro, a Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) saiu do risco potencial grave (laranja) para alto (amarelo). Na ocasião, Criciúma contava com 30 pacientes internados. Se comparado com a segunda quinzena de setembro, quando a região alternava entre 50 e 60 internados, Criciúma conta atualmente com mais internações do que quando estava enquadrada no risco potencial laranja.
De acordo com o médico pneumologista Renato Matos, esse aumento de casos e internações em Criciúma se deve justamente ao relaxamento das medidas protetivas. “O vírus é o mesmo, nós somos o mesmo e não tem nenhum tratamento. Mas boa parte das pessoas simplesmente pararam de se cuidar. Está havendo um relaxamento total das medidas, as pessoas relaxaram e são exatamente essas que estão espalhando o vírus”, pontuou o pneumologista.
O aumento de internações em Criciúma se deu de forma quase que repentina. Em 19 de outubro, o município chegou a ter somente 17 pacientes internados. Nos últimos três dias, Criciúma passou de 49, para 67 e, agora, conta com 82 internações - um aumento rápido.
“A gente não esperava essa rapidez. Há 30 dias a situação estava mais tranquila, e 30 dias depois temos uma situação muito complicada. Na europa demorou 3, 4 meses para uma segunda onda, em São Paulo agora que começou a aumentar e aqui foi muito rápido. Até onde lembro na época de pico nós tínhamos 120 internados mais ou menos, e agora estamos com 82. Se continuarmos nesse ritmo, poderemos ter problemas de internações. Ainda não há um reflexo na mortalidade, e torcemos para que isso não aconteça, mas é que ainda não houve tempo para isso acontecer”, ressaltou Renato.
Possibilidade de voltar pro amarelo
A expectativa é de que o mapa de risco potencial das regiões de Santa Catarina seja divulgado ainda nesta quarta-feira, 11. De acordo com o diretor executivo da Amrec, não há como afirmar se a região carbonífera voltará ou não para o risco grave, já que que o Estado não se baseia somente no número de internações.
“Não é só o fato de internação que vai influenciar na matriz de risco, há outras informações também que eles utilizam para fundamentar a classificação de cada região. Hoje o estado só considera em termos de internação UTI e Covid-19, pacientes da região, e não sei exatamente quantos dos internados aqui são da região”, pontuou.