A sessão da CPI dos Respiradores foi madrugada adentro. Com mais de 10 horas de duração, nos depoimentos mais aguardados até então, os ex-secretários Helton Zeferino (da Saúde) e Douglas Borba (da Casa Civil), e a ex-superintendente de Gestão Administrativa da Secretaria de Estado da Saúde, Márcia Pauli admitiram erros graves na compra de 200 respiradores para pacientes da Covid-19. Porém, os três se isentaram de participação nessas irregularidades, e um apontou o outro como culpado.
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Redundância muito grande, avalia presidente
Com informações conflitantes, ficou definido que na próxima terça-feira, 9, será realizado uma acareação entre os três depoentes. De acordo com o presidente da CPI, deputado Sargento Lima (PSL), as perguntas realizadas pelos deputados muitas vezes tinham a mesma resposta. "Houve uma redundância muito grande no depoimento de todos. Acredito que cada deputado saiu daqui muito satisfeito com as perguntas que foram feitas mesmo com a situação de repetirem a mesma resposta, de uma negação completa de tudo. A gente já esperava por isso e então se canaliza para uma acareação. Sem o confronto dessas respostas a gente não vai chegar a local nenhum", comentou.
Metade do processo, aponta relator
O relator da CPI dos Respiradores, deputado Ivan Naatz (PL), avaliou que o processo chegou num ponto importante e está praticamente na metade do andamento. "Se viu do que foi dito aqui que não havia uma regra específica. Não havia um segmento de uma legislação que regulamentasse a matéria, instrução do Governo do Estado, dos secretários. Pode se colher aqui que cada um fazia o que queria sem nenhuma orientação técnica", apontou. "Todos são acusados, estão com os bens bloqueados, todo mundo com muito cuidado com o que fala aqui e a CPI tem que ser inteligente o suficiente para entender o que é dito nas entrelinhas", emendou.