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Está em dúvida a realização da acareação entre Douglas Borba, Helton Zeferino e Márcia Pauli na CPI dos Respiradores. Marcada para a terça-feira, 8, dois fatos podem fazê-la ser mais uma vez adiada: a prisão de Douglas Borba no último sábado e um pedido de habeas corpus de Pauli para evitar novo depoimento na Alesc. Na manhã desta segunda-feira, o chefe da força tarefa que investiga a compra dos respiradores, o promotor Maurício Medina, disse que não haveria impedimento legal para o deslocamento de Borba para a sessão.
Porém, dependeria do entendimento entre a CPI e o magistrado responsável pelo encarceramento. O deputado estadual Ivan Naatz (PL), relator da CPI, disse ao Programa Agora, da Rádio Som Maior, que já fez a solicitação, mas não confirmou que a acareação será nesta terça-feira.
"Há um pedido do João Amin (PP) desde o início de fazer a acareação, acho fundamental que aconteça e o momento é agora. Mas temos um sujeito preso, o habeas corpus protocolado pela Pauli que não teve decisão judicial. Se depender dos deputados, a acareação vai acontecer. Depende da autorização do MP, a CPI já oficiou para que se manifeste a respeito da condução do Douglas", esclareceu Naatz.
A acareação virou motivo de briga na CPI. João Amin vem insistindo para que ela aconteça logo; chegou a ser marcada para a quinta-feira da semana passada, mas foi adiada a pedido de Naatz, que alegou não estar preparado para conduzir o enfrentamento entre as três partes na data. Irritado, Amin disse que Naatz estava despreparado como relator.
Durante entrevista para a Rádio Som Maior, Naatz falou sobre a participação de Douglas Borba na compra dos respiradores. O deputado lembrou que, mesmo que tenha pressionado, Douglas não tinha o poder de definir as compras pela secretaria da Saúde. Por isso, a CPI busca os envolvidos da pasta da Saúde na compra dos 200 respiradores com a Veigamed.
"Alguém dentro da secretaria de Saúde permitiu que isso acontecesse. Vamos mostrar quem foram as outras pessoas que participaram. A Márcia tem muito para explicar a Santa Catarina. Não entendi qual é a prova que alguém tinha a sua senha", disse. Durante o depoimento, Márcia Pauli insinuou que alguém teria assinado digitalmente a compra por ela. "O ex-secretário Helton Zeferino e o atual, André Motta, os dois não convenceram ninguém de que não sabiam de nada. Essa defesa de que não ouviu e não soube nada é equivocada. Elas tinham obrigação de ver, ouvir e falar", disparou Naatz.
Crítico do governo Moisés e afeito às declarações mais "polêmicas", Naatz quer a presença do governador na CPI. O deputado citou a imagem que correu as redes sociais durante o fim de semana, do governador Carlos Moisés supostamente em uma festa junina, furando o isolamento social.
O deputado afirmou que apresentará na terça-feira requerimento para depoimento de Moisés e espera ter aprovação pelos nove deputados que integram a CPI. "O governador não pode se negar a comparecer. Tem algumas prerrogativas: ele pode escolher a hora que vai ser ouvido. Temos na CPI datas e horários e ele escolhe uma data e o local onde quer ser ouvido. Se for na Casa da Agronômica, a CPI vai até ele", explicou Naatz.
"Governador não pode ficar participando de festinha junina e fingir que não é com ele. Até agora não conversou com a gente como foram os processos. Não estou dizendo que ele é culpado, mas ele deve conversar com Santa Catarina", concluiu o deputado.
