Um dos jogadores mais lembrados da história recente do Criciúma, o meia Douglas foi um dos protagonistas daquele time que foi campeão do Campeonato Brasileiro da Série C de 2006. O título daquela competição o projetou para o futebol nacional e ele acumula passagens por times como São Caetano, Corinthians, Vasco e Grêmio, além de uma convocação para a Seleção Brasileira. Atualmente ele defende outro time que carrega o amarelo seu uniforme: o Brasiliense, equipe pela qual jogará a Série D.
Os bastidores daquela conquista, confirmada com uma goleada de 6 a 0 sobre o Vitória da Bahia, ele contou no especial “Joguei na Série C”, iniciativa do DAZN, canal de streaming que transmite a competição. “Foi um ano conturbado. Houve momentos que ameaçamos não entrar em campo porque estava complicada a situação financeira do clube. Mas começamos negociar para conseguir jogar”, falou.
O meia lembrou que houve, inclusive, ameaça de não entrar em campo devido aos salários atrasados. “Estávamos com três meses de salário atrasado e jogo decisivo no fim de semana. Então chegava na sexta-feira, segurava a semana toda, cobrava, obviamente, chegava na sexta-feira, nos reuníamos, falávamos que se não pagassem, a gente não entrava em campo. Imagina o desespero dos caras, arrumar dinheiro onde no fim de semana? Só que com esse susto, eles pagavam, davam um cheque, se fosse sem fundo a gente só ia ver na segunda-feira. A gente tentava de algum jeito forçar a nos pagar. Jamais íamos deixar de entrar em campo, mas precisávamos receber, temos família, precisava forçar para receber de alguma forma”, relatou.
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Os 6 a 0 e o pedido do Vitória
David Luiz, Apodi, Marcelo Moreno. O trio fazia parte do elenco do Vitória que saiu do Heriberto Hülse goleado por 6 a 0 e que deu ao Tigre a conquista da Série C de 2006 com uma rodada de antecedência. Douglas lembrou que as coisas foram acontecendo naturalmente e que os baianos pediram para que os jogadores do Criciúma “tirassem o pé”. “Uma equipe que era muito boa, mas seis ninguém espera. Conseguimos reverter as situações de gol e isso foi acabando com o Vitória na época e nos dando mais confiança e tirando a confiança deles. Acabamos diminuindo a intensidade, ficando mais com a bola, não pelo pedido do adversário. Houve pedido para tirar o pé para não ser tão feio”, citou o jogador, lembrando que, inclusive, o goleiro Zé Carlos fez gol naquela partida.
O meia revelou que ainda não pensou no que irá fazer após a aposentadoria. “Ainda sei se vou ficar no meio da bola, tento não pensar nisso para estender um pouco mais a minha carreira. Sei que está muito próximo. Se for algo no futebol um auxiliar, sem muita pressão. Quero aproveitar a familia depois que eu parar e vai vendo o que quer fazer da vida”, finalizou.
Os gols da goleada sobre o Vitória que deram o título da Série C de 2006 para o Tigre:
Corta o cabelo e a barba, Douglas!
Antes de integrar o elenco Carvoeiro, Douglas defendeu as cores da equipe turca, Rizespor, em 2005. Ao voltar ao Sul de Santa Catarina, ele comunicou a diretoria carvoeira que precisava de umas férias, o que não durou muito tempo. “Falei que queria um tempo de férias. Eu precisava. Fiquei uns dias em casa e não me adaptei. Eu queria voltar. Neste período acabei indo treinar com os meninos do júnior, voltei com o cabelo grande, meio barbudo. Depois disso os profissionais me chamaram para treinar com eles”, recordou.
Mas para integrar o grupo, ele teve que atender pedido o técnico Edson Gaúcho. “Ele falou que eu podia ir, mas tinha que cortar a barba e o cabelo. Ele me ajudou bastante. É um cara muito correto, me ajudou muito na questão de horários, a ser mais profissional. Foi um cara importante”, disse.
Os números de Douglas no Tigre:
165 Jogos
78 Vitórias
32 Empates
55 Derrotas
24 Gols marcados
34 Cartões amarelos
02 Cartões vermelhosFonte: Meu Time Na Rede
Um título e o impulso na carreira
Douglas fala que aquele segundo semestre de 2006 foi o que o ajudou a aparecer no cenário, ao ser vendido ao São Caetano ao final daquela temporada. “Foi o ponto de partida para fazer um segundo semestre muito bom e depois fui transferido para o São Caetano. Sempre apareciam propostas para eu sair e o presidente nunca me liberou, só que o segundo semestre foi muito bom, fomos campeões e foi aquela transição. Sai para disputar um Campeonato Paulista. Jogando em Série C, jogando em Santa Catarina, você não aparece de verdade. É difícil. Em três meses de São Caetano, de Campeonato Paulista, eu apareci mais do que a minha carreira toda no Criciúma. A visibilidade é muito diferente. Eu achei que ia ficar no Criciúma mais um tempo, ia rodar por aí, mas as coisas foram acontecendo, acabei alcançando um dos clubes mais conhecidos do mundo que é o Corinthians”, disse.
No vídeo, o especial produzido pela DAZN e as histórias de Douglas na Série C de 2006: