Uma só eleição em 2022. De vereador a senador, de prefeito a presidente, passando por deputados e governadores. Eis a sugestão que a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) levou ao Fórum Parlamentar Catarinense, em reunião online entre representantes da entidade e o deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC), que coordena o Fórum atualmente.
"Escutamos as demandas do setor produtivo de Santa Catarina, dessa reunião foi extraído um documento, eles levantaram seis demandas, seis solicitações que eu já transmiti a todos da bancada. Ficou o encaminhamento de uma reunião com o Ministério da Economia, já pedida pelo Fórum Parlamentar", referiu. Mas a pauta que mais tomou conta do debate foi a eleitoral. Os empresários entendem que não há ambiente para as eleições municipais em outubro. "Uma das demandas foi essa, da postergação das eleições, unificando o calendário em 2022, um pleito que não nasceu com a pandemia mas que foi reforçado pela classe empresarial, para economizar recursos para esse momento delicado que vivemos", destacou.
O deputado lembrou que tanto a transferência da eleição quanto a utilização do Fundo Partidário para políticas de combate à pandemia de coronavírus são bandeiras que ele já defendeu em Brasília. "Essas duas demandas eu, pessoalmente, eu sou favorável, já me manifestei na Câmara sobre isso, utilizar o Fundo para o enfrentamento ao Covid-19 e também seria uma economia muito importante nesse momento de crise que o Brasil vive se nós conseguissemos unificar as eleições", comentou.
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Já houve uma tentativa, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de ampliar o prazo para filiações partidárias. Mas Daniel Freitas não teve sucesso nessa demanda. "A situação do Covid-19 prejudicou desde o período das filiações partidárias, eu manifestei em ofício à ministra Rosa Weber para postergar em um mês as filiações, ela indeferiu e no mesmo ofício já sinaliza a dificuldade para mudar a eleição. Porém essas eleições estão prejudicadas, o cenário é muito complicado, hoje não temos segurança de quando isso vai acabar, seria algo interessante a se pensar e Brasília vai discutir", comentou o deputado.
Alternativas na economia
As pautas econômicas também fizeram parte da conversa. "Tentamos encontrar alternativas para juros pagáveis para os nossos empresários, essa situação assolou a todos, precisamos encontrar segurança jurídica para que os empresários possam tomar as melhores decisões", observou. "Foi um debate do setor empresarial, a classe empresarial demonstra muita preocupação com o cenário atual, esse encaminhamento com o Ministério da Economia vai dar não somente para os empresários, mas para todos os brasileiros uma certa luz. Fiz questão de encaminhar a todas as associações empresariais as medidas encaminhadas e divididas por ministérios, para auxílio contra o Covid-19, para os pequenos, médios e grandes empresários", referiu.
Isolamento vertical
Daniel lembrou, ainda, que foi acometido por Covid-19, precisou passar por isolamento e hoje está curado. Mas, mesmo assim, defende o isolamento vertical, como forma de resgate da economia. "Eu passei por isso, senti a doença na pele, sou a favor do isolamento vertical, de isolar o grupo de risco, os idosos, mas não podemos mais esperar, com protocolos temos que colocar nossa roda da economia a girar. Vamos viver quatro ondas, a primeira a da saúde, a da economia, a terceira será a da segurança pública quando os morros descerem para as cidades e acabarem atacando supermercados, farmácias, fazendo saqueamento de mercadorias, temos que nos preocupar com a quarta onda, da retomada da economia, seguindo protocolos de cuidados, e o setor produtivo precisa dessa pressão", concluiu.
Ouça a entrevista do deputado Daniel Freitas à Rádio Som Maior no podcast: