O cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão por conta da investigação do Ministério Público Federal (MPF), que apura desdobramentos da compra irregular de 200 respiradores por R$ 33 milhões pelo Governo do Estado, atingiu em cheio o governador Carlos Moisés (PSL). Ele foi visitado ao amanhecer na Casa D´Agronômica e também o Centro Administrativo contou com presença da força-tarefa, que recolheu, da moradia de Moisés, um telefone celular e um notebook. "A gente lamenta, ninguém queria que Santa Catarina estivesse passando por isso", afirmou a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido), em entrevista exclusiva à Rádio Som Maior no fim da tarde desta quarta-feira, 30.
"Ao mesmo tempo me sinto aliviada pois as autoridades estão atentas, tomando providências para apurar a verdade e punir culpados. Eu em nenhum momento pedi nada pessoal, estou clamando por justiça", frisou Daniela. "Perceber que as autoridades estão tomando providências, é uma sensação de alívio, renova essa sensação, essa expectativa de justiça que todos nós temos", emendou.
Daniela não está incluída nesse processo. "Não existe nesse processo nada em relação ao meu nome, não fiz nada, é uma consequência dos atos da gente, não fiz nada, não teve nenhum evento, nenhuma busca ou mandado contra minha pessoa ou gabinete", destacou a vice. Ela apontou como lamentável a situação de Carlos Moisés no episódio. "É lamentável. O Estado perde, de maneira alguma ninguém de nós queria que o Estado estivesse exposto dessa forma. A gente precisa que a justiça seja feita e que isso seja feito o mais rápido possível", frisou.
Ela garante que está focada em sua rotina de trabalho. "A gente precisa recuperar as forças do Estado, as energias e o desenvolvimento. Estamos desperdiçando muita energia com esse impeachment, precisamos e eu torço para que a justiça seja feita o mais rápido possível, que a gente consiga logo trabalhar pelo Estado, a nossa função precisa seguir, precisamos prestar atenção na nossa função", salientou.
A vice garantiu que não conversou com Moisés nos últimos dias, nem depois da operação desta quarta. "Não, não conversei, não tenho conversado com ele", salientou. Daniela garantiu, ainda, que não cogita a hipótese de renunciar ao cargo. "Eu acho que essa é uma função que não me cabe. Eu tenho focado, e existem muitos problemas a serem resolvidos, tenho falado com secretários, ministros, buscando o que Santa Catarina precisa. Tenho excelente entrada no Governo Federal, tenho focado em trabalho", comentou. "Eu não posso focar em diz que diz, evidente que estou fazendo a minha defesa, eu não deveria fazer parte, não existe fundamentação que justifique eu estar nesse processo, não tem ato algum. Estou fazendo a minha defesa, a justiça vai prevalecer, tenho buscado resolver os problemas de Santa Catarina, em hospitais, escolas, problemas não faltam e o meu foco tem que ser esse", emendou.
O processo de impeachment continua na Alesc. "A questão política é importante, a gente precisa dar atenção, tenho procurado dar toda a atenção, meu foco tem sido mais voltado para a justiça, evidente que também o convencimento, a exposição de motivos, dos fatos, através do jurídico, dos deputados, todos eles tem compromisso com Santa Catarina, para que a lei prevaleça. Tenho focado no trabalho, essa é a minha função", comentou Daniela. "Espero que em breve tenhamos ver a justiça prevalecendo", finalizou.