Desde a segunda-feira, 6, pela primeira vez o Estado de Santa Catarina é governado por uma mulher. Com o período de licença do governador Carlos Moisés (PSL), a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) assumiu o cargo máximo do executivo catarinense. Outro fato marcante para a posse temporária é o antagonismo no espectro político que Daniela e Moisés se encontram: o governador rompido com o presidente Jair Bolsonaro e a vice uma bolsonarista convicta. Tal separação faz com que Daniela almeje projetos próprios no período à frente do Estado.
Em cerimônia de assinatura de um contrato com a Casan, que oficializou o repasse de R$ 5,4 milhões para o município de Nova Veneza, a vice-governadora afirmou que na semana que vem trará novidades sobre projetos procurados por ela mesma em Brasília.
"Tenho atos administrativos já encaminhados e tenho projetos que fui buscar em Brasília, que vou apresentar na semana que vem para a sociedade catarinense, especialmente em infraestrutura, que é uma meta pessoal minha. São coisas que a vice-governador foi buscar e agora na semana que vem, como governadora, apresentarei para a sociedade", disse Daniela.
Ela ainda guarda como surpresa o que serão esses encaminhamentos. A governadora temporária também falou sobre o racha que o PSL sofreu a partir da segunda metade do ano passado, que fez com que o clã bolsonarista se afastasse do partido.
"Foi uma coisa inevitável que aconteceu, infelizmente. Assim que o presidente anunciou a saída dele, minutos depois eu anunciei a minha. Para mim foi muito natural seguir o presidente, foi por ele que eu vim até aqui e vou seguir minhas convicções.
Separando a questão ideológica da gestão do Estado, Daniela evitou fazer julgamentos sobre a opção de Moisés e disse que a história responderá por cada decisão. "É uma avaliação dele. Cada um tem suas convicções e eu não gosto de julgar um posicionamento. Os filtros vão acontecendo naturalmente no decorrer da história", concluiu.