A partir de um estudo sobre perspectivas para o futuro, realizado pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), uma mesa redonda discute as principais pautas de interesse da região Sul para tratar com os candidatos das eleições de 2022. Educação, infraestrutura, segurança pública, saúde, novos negócios e transporte foram alguns dos temas levantados para as cidades da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec).
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"A visão de futuro da Amrec está sedimentada em alguns pilares importantes. Uma região reconhecida pela sua elevada qualidade de vida, sustentável em todos os domínios, internacionalizada, fundamentada na cooperação entre os seus integrantes e capaz de se reinventar-se continuamente", explica a pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento da Unesc, Giseli Coelho Lopes.
Educação e novos negócios
Para o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Valcir Zanette, um dos principais assuntos que devem estar na pauta dos políticos é a educação básica, especialmente, falando de tecnologia, inovação e empreendedorismo. "Os alunos têm que sair do ensino básico para o segundo grau e para o ensino profissionalizante, com mais motivação e empolgação. Ou seja, tem que ter uma sequência", destaca.
E o ensino, neste contexto, tem uma relação forte com a taxa de emprego. "A educação profissionalizante é uma necessidade. As empresas buscam pessoas. E também há desempregados. Como vai se resolver isso? Através da profissionalização. Investir mais no ensino profissionalizante. Atrair os jovens para isso", ressalta o vice-presidente da Acic, Frank Hobold. Isso porque uma das formas de solucionar a carência de mão de obra é pela educação.
A diretora de marketing da Associação de Jovens Empreendedores (AJE) de Criciúma, Renata Gomes, compartilha da mesma ideia. "É começar a educar os jovens desde cedo com o que há de tendência no mercado. Vamos trazer robótica para o ensino médio, fundamental. Vamos trazer temas de fato para que a gente profissionalize o nosso município e as empresas venham", enfatiza.
Ainda conforme vice-presidente da Acic, o Sul do Estado tem vocação para exportação, no entanto, a prática é pouco fomentada. "Nós temos que ter claro que outras regiões de Santa Catarina cresceram mais do que nós. É imperativo que se retome o crescimento na nossa região. E a gente só consegue crescer com os novos negócios. Temos que olhar o mercado interno e o externo, a exportação. Nossa região tem pouca exportação", esclarece.
Infraestrutura e transporte
Mais do que falar sobre novos negócios, também é importante entregar a estrutura necessária para que as empresas possam chegar e se instalar no Sul de Santa Catarina. Por isso, a mesa redonda também levantou obras fundamentais para o desenvolvimento da região. Entre elas, está um novo Anel Viário para Criciúma ou duplicação do existente, a extensão da Via Rápida até Balneário Rincão e novo canal duplicado de acesso à BR-101.
Para o grupo, todos os municípios precisam de obras estruturantes. "Se nós queremos novos negócios na região, precisamos brigar por essas obras", salienta Hobold.
Giseli também destaca a importância da mobilidade urbana. "Hoje, nós temos a dificuldade de que cada município tenha o seu modus operandi. Mas, a sugestão de pensarmos a mobilidade por ferrovia seria uma alternativa de custo acessível para conectarmos todos os 12 municípios de modo que nós possamos também viabilizar transporte de cargas e o turismo", sugere.
Além da infraestrutura, o transporte é outro ponto essencial para o Sul catarinense. O Porto de Imbituba, por exemplo, tem um grande potencial de atender à região. "O Aeroporto Regional de Jaguaruna é muito tímido para quem quer ser polo e quer crescer. Está muito aquém daquilo que a nossa região precisa", comenta o vice-presidente da Acic.
Saúde e segurança pública
O prefeito de Forquilhinha e presidente da Amrec, José Cláudio Gonçalves, o Neguinho, chama atenção para a necessidade de um novo hospital regional para atender as demandas do Sul. Além disso, a segurança pública é outro problema que merece ser destacado durante os debates.
"A nossa região é a com menor percentual efetivo de policiais civis e militares. Tem que haver um comprometimento do novo governador com o aumento do efetivo policial para dar condições de segurança", afirma o prefeito.
Já o presidente da Acic acrescenta a necessidade de tecnologia e inovação também na polícia. "Aqui na região Sul, nós somos referência em educação, saúde e segurança pública. Mas nós temos que manter. A saúde está com problemas e a administração pública tem que estar atenta a isso", conclui.