Um avanço no sentido da retomada do uso do dinheiro no transporte coletivo em Criciúma foi alcançado em reunião na tarde desta sexta-feira, 25. As empresas vinculadas à Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU) acataram parte da sugestão do Ministério Público (MPSC) e concordaram com o pagamento em espécie das passagens nos três terminais urbanos, no Centro, Próspera e Pinheirinho, onde será possível também recarregar os cartões nos mesmos moldes.
"Considero que foi produtivo. Tivemos avanços, como a aceitação parcial da recomendação", comentou o promotor Diógenes Vieira, que representou o MPSC na reunião. Nos demais pontos da cidade, porém, as empresas alegaram que têm dificuldades de pulverizar uma mecânica de cobrança que seja fora dos terminais, a não ser que retome o uso da mão de obra dos cobradores, o que encarecerá o sistema. Como foi informado ao prefeito Clésio Salvaro há alguns dias, o eventual retorno dos cobradores poderia elevar a tarifa para até R$ 6,20.
As empresas concordaram em estudar alternativas para aceitar o pagamento em dinheiro em outros pontos de embarque de um jeito que não encareça o sistema. "As partes se mostraram sensíveis ao tema e saíram comprometidas com a busca de alternativas, várias delas tratadas na reunião, mas que demandam estudos de viabilidade técnica e operacional", pontuou o promotor. "O Município, também representado no encontro, se comprometeu com as adequações necessárias na legislação", frisou.
Sobre a menção aos passageiros eventuais, que não possuem os cartões e demandariam o uso do dinheiro para pagar as tarifas, os representantes das empresas alegaram que são poucas pessoas nessas condições. "Tudo isso é um problema aparentemente simples, mas de solução extremamente complexa, dada a necessidade de não impactar no valor das tarifas", argumentou o promotor. "Vamos continuar trabalhando no sentido de mediar uma solução que preserve todas as questões", emendou.
Ao fim da reunião, foram tiradas quatro conclusões: a ACTU restabelecerá de imediato a retomada da possibilidade de recarga dos cartões e pagamento da tarifa para acesso ao transporte coletivo nos três terminais que atendem o sistema; o Município, em 5 dias úteis, providenciará os ajustes legislativos de modo a permitir o pagamento nesses moldes; ficou estabelecido o prazo de 60 dias prorrogáveis para estudos, pela ACTU, de mecanismos de cobrança ou pulverização da possibilidade de pagamento e recarga para os bairros e demais pontos da cidade; e o MPSC, nesses prazos e atendidos os termos acima, não adotará outras providências judiciais e extrajudiciais.
Participaram da reunião, além do promotor Diógenes Viana, a procuradora-geral do Município, Ana Cristina Soares Flores; o advogado das empresas e da ACTU, Robinson Kraemer; o diretor da DTT, Gustavo Medeiros; a engenheira da DTT, Caroline Paim Zanette; o representante da Expresso Forquilhinha, Carlos Alberto Andrade; a representante da Auto Viação Critur e ACTU, Florisvalda Dário; o representante da ZTL, Roberto Dagostim; e a representante da Expresso Rio Maina, Greice Sehnem.