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"Vamos para quase 90 dias sem futebol". É a fria constatação do presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Rubens Angelotti, ao comentar, na manhã desta quarta-feira, 10, a decisão sobre a retomada do Estadual. Os últimos jogos, que fecharam a primeira fase da disputa, foram realizados em 15 de março. Depois, veio a pandemia de Covid-19 e a suspensão da competição. A retomada da competição está marcada para 8 de julho.
"É, nossa expectativa é essa. Após o decreto do governador que liberou futebol a partir de 5 de julho, desde que a pandemia não aumentasse, nós precisávamos, além dele liberar, de treinos para os clubes. A partir de segunda-feira, com as diretrizes que saíram autorizando o treino com bola. Temos aí praticamente um mês, marcamos o reinício para 8 de julho em conversa com todos os presidentes, que acharam a ideia boa. Dia 8 é uma data boa, pois terminamos ainda em julho o campeonato", explicou Angelotti, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior.
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"Se tudo correr bem, em agosto a CBF inicia o Campeonato Brasileiro. Então terminamos nosso Estadual até fim de julho e os clubes com sequência de campeonato estão aptos para seguir no Brasileiro", detalhou o presidente.
Agora, é fase de adaptação do novo calendário entre os clubes e as prefeituras dos respectivos municípios, para o regramento local sobre treinos e jogos. "Hoje temos um problema na prefeitura de Florianópolis, onde o Gean (Loureiro, prefeito) não liberou para os treinos. Estamos treinando em Palhoça, esperamos que até o fim do mês o Gean libere. Eles estão treinando em Palhoça. O Avaí e o Figueirense podem jogar no Guarani de Palhoça, se não conseguirem vamos suspender de novo, não podemos fazer um campeonato capenga", comentou Angelotti. "Acreditamos no bom senso do Gean, Florianópolis está bem controlado, ele libera ônibus em breve", completou.
As regras para a volta
Sobre as regras, quando os jogos chegarem, todos serão testados contra o coronavírus. E pouca gente terá acesso ao gramado. "Todos que vão adentrar em campo terão que fazer teste antes dos jogos. Os atletas já estão sendo monitorados, todos já fizeram. Dentro de campo vai entrar o mínimo de gente, arbitragem, gandula, departamento médico e reservas, e dependendo ainda do número de atletas no banco alguns terão que ficar na parte da arquibancada para não sentar um próximo ao outro. São coisas que estamos vendo", esclareceu Angelotti. "Só vai estar em campo também a empresa que tem os direitos de TV para fazer a filmagem. Emissoras de rádio nas cabines, não teremos repórter de campo nem entrevista coletiva", emendou.
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Para o comentarista João Nassif, ainda há riscos para a retomada do futebol. "Eu também estou ansioso para que a bola volte a rolar. Mas estamos entrando em uma época que é o inverno, com propagação maior do vírus. A economia tem que virar, o pessoal tem que produzir, o futebol tem um viés complicado, que é o isolamento dos jogadores antes dos jogos, a concentração, as viagens. Os testes rápidos não tem garantia imediata de imunidade", observou.
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Nassif apontou que Santa Catarina poderá ser o primeiro estado a ter futebol de volta. "Santa Catarina está querendo jogar para a torcida. Quer ser o primeiro estado a voltar o campeonato, quer ser manchete nacional, pode ser manchete internacional pois voltará em pleno inverno. Tomara que tudo corra dentro da normalidade, mas sempre existe o risco de dar algum problema, e se der problema, quem vai assumir a responsabilidade? É prematuro para jogar futebol", arrematou.
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