Os deputados estaduais voltaram a criticar o Governo do Estado devido a compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões pagos de forma antecipada. Os equipamentos ainda não chegaram à Santa Catarina, caso que, inclusive resultou na saída do secretário de Saúde, Helton Zeferino.
A deputada do Sul, Ada de Luca (MDB), foi a primeira a falar do assunto. “O Governo tenta justificar o injustificável: R$ 33 milhões com a dispensa de licitação, sem a garantia de recebimento. Gostaria de perguntar onde estavam os três secretários que concederam entrevista coletiva quando a compra foi feita. O que estavam fazendo, o que estavam fiscalizando. Ouvi com perplexidade. Ainda precisamos esclarecer se o Estado caiu em um golpe ou se teve um ato suspeito neste absurdo. Falam que nenhum outro problema havia acontecido antes, mas se não fosse os deputados, a imprensa, esta compra de R$ 33 milhões iria passar. Onde estava a Controladoria Geral do Estado em um momento tão delicado como estamos passando. Não se sabe onde estão estes respiradores”, ressaltou.
Kennedy Nunes (PSD), foi outro parlamentar que não poupou cobranças ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL). “Cada dia um pouco pior a situação do Governo nestas questões. Não falo somente da questão dos R$ 33 milhões. Mais de R$ 32 milhões já tinham vazado. As pessoas estão nos perguntando como vão recuperar este dinheiro”, disse o deputado, apresentando ainda trechos da entrevista concedida pela servidora demitida pelo Governo após o escândalo dos respiradores. “Algo me chamou atenção em uma entrevista de hoje. De todo este processo a coitada da servidora pagou a conta sozinha. Nada melhor que o trabalho do jornalismo. A servidora demitida falou publicamente porque já deu depoimento para outras instituições, e ela dá nomes, ela fala de pessoas que ela recebeu ordem e, mais ainda, ela diz que recebeu ordem e está no Whatsapp de números que foram confiscados pelo Ministério Público. Ela diz que tinham respiradores mais baratos, mas a ordem da Casa Civil era que tinha que ser aquele contrato. Agora tem a demitida que tem provas no celular e dá nome do secretário da Casa Civil e parece que esses camaradas, essa turma que estava levando Santa Catarina para o brejo, são os mesmos do hospital de campanha”, falou.
Servidora exonerada fala sobre a aquisição de respiradores em entrevista à NDTV:
O Progressista João Amin não se ateve somente ao pagamento adiantado pelos respiradores, mas a outros fatos ocorridos desde o início da pandemia. “Demos carta branca ao Governo do Estado para enfrentar um inimigo invisível. A partir de quando os deputados, de boa fé, deram este voto de confiança a gente não esperava que apareceriam tantos urubus achando que o dinheiro pago pelos impostos do catarinense fossem carniça. As incoerências nas liberações e proibições. Não tinha base científica, não tinha critério nenhum. Depois o Governo Federal deu R$ 150 milhões para Santa Catarina. Nenhuma UTI nova foi construída. Pelo menos não foi divulgada. Depois o Governo acha que o dinheiro do catarinense pode ser rasgado. Tudo que a eleição de 2018 tentou banir, este governo está fazendo de novo. Sempre dá para piorar. Os deputados são cobrados, não era para ter aprovado calamidade, financiamento. Tem que se fazer tudo com lupa, não se pode dar voto de confiança. Se aproveitam de momento assim como urubus”, citou.
Maurício Eskudlark (PL), citou dúvidas quanto à idoneidade. “O ato mais forte foi exonerar a servidora, fazer sindicância e dizer que pediu um inquérito policial. Aproveitou-se a pandemia para resolver a vida de todo mundo. Na pandemia quem administra colocou as mangas de fora. A servidora foi bem clara, veio da Casa Civil que era essa empresa. Eu não tenho dúvida de que o governo sabia. Foi pago este valor para uma empresa que não tem patrimônio, não tem localização”, pontuou.