Se o processo de impeachment for concluído em 2021 - o que é mais provável pelo cenário atual - com Carlos Moisés e Daniela Reinehr sendo oficialmente retirados dos cargos somente no ano que vem, haverá uma eleição indireta para a definição do novo governador do Estado. É contra isso que um grupo de deputados se mobiliza na Assembleia Legislativa (Alesc).
"Nós queremos garantir aos catarinenses o direito de votar para governador", apontou o deputado Bruno Souza (Novo). Ele lidera a mobilização para a busca das 14 assinaturas necessárias para protocolar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Com ela, o parlamentar quer modificar esse dispositivo, permitindo que a eleição seja direta independente de quando ocorrer o impeachment ou até uma eventual renúncia de Moisés e Daniela.
"Hoje chegamos à coleta da décima primeira assinatura, faltam três assinaturas para protocolar a PEC", confirmou Bruno. "Estamos chegando próximo ao número necessário para garantir o direito às pessoas votarem no próximo governador", destacou.
Entre os deputados que assinaram o encaminhamento da PEC estão Coronel Mocellin, Jessé Lopes, Sargento Lima e Ana Caroline Campagnolo (PSL), João Amin (PP), Ana Paula da Silva (PDT) e os deputados do PT: Fabiano da Luz, Neodi Saretta, Luciane Carminatti e Padre Pedro Baldissera.
As maiores bancadas, como MDB, PSD e PL (com nove, cinco e quatro deputados, respectivamente) não aderiram ainda à PEC. "Com essas bancadas maiores geralmente eles só assinam em conjunto de todos, então há uma certa dificuldade, a decisão nunca é de um deputado apenas", constatou.
Quer a PEC logo
Bruno Souza luta contra o tempo, pois gostaria de ver a medida avançando em tempo de ser aplicada no atual processo de impeachment. "Eu quero coletar e conseguir essas 14 assinaturas na próxima semana, pois o trâmite de uma PEC pode levar um certo tempo. Eu não vejo com bons olhos Santa Catarina escolher seu próximo governador pelo voto indireto. Quero protocolar essa PEC o quanto antes", referiu o deputado. "É muito ruim um poder como a Alesc tirar o governador e escolher o próximo governante, não é positivo. Precisamos mudar isso para o futuro", emendou".
Depois, o desafio será conseguir 24 votos em plenário para aprovar mudança na Constituição estadual. "Eu acredito, tenho esperança sim de convencer os meus colegas, é um movimento que pode ganhar força junto à população. Acredito que esse movimento tem tudo para ganhar força", finalizou.