O líder do PSL na Câmara de Deputados, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, esteve em Criciúma nesta sexta-feira, 8, para uma palestra no Teatro Elias Angeloni. O tema do encontro foi "A História do Brasil e o Conservadorismo", a convite da Coalizão Conservadora.
No auditório, o deputado abordou, como o próprio nome da palestra já diz, uma visão conservadora da história brasileira, desde os tempos da monarquia até o atual.
Os assentos do Elias Angeloni foram todos ocupados pelo público, que contou também com lideranças políticas locais.
Em frente ao teatro, um grupo de manifestantes protestou contra a presença do deputado em Criciúma, com críticas a medidas do Governo Federal.
Antes do encontro com a plateia, Eduardo Bolsonaro concedeu uma entrevista coletiva e falou sobre o momento político brasileiro e as divergências internas no PSL, tanto no âmbito nacional como estadual.
Prisão em segunda instância
O deputado lamentou a decisão do STF em determinar inconstucional a prisão em segunda instância, que ocasiou com a soltura do ex-presidente Lula. "É um recado que se passa para a sociedade que o crime compensa e que há impunidade. Isso vai ocasionar a soltura de milhares de presos. Muito daqueles que hoje comemoram a saída de Lula, vão sofrer com a criminalidade. Tem que usar a energia no Senado e na Câmara para aprovar a PEC 410/2018", afirmou.
Perguntado se haveria votos na Câmara, Bolsonaro foi enfático: "mesmo se não tiver, a sociedade precisa saber qual deputado defende bandido e vagabundo", atacou.
Eduardo voltou a afirmar que o clã Bolsonaro pode deixar o PSL num futuro breve, mas negou que haja um prazo final para a decisão.
PSL na Câmara
O governo federal pretende aprovar a Reforma da Previdência em um futuro próximo, além da PEC do Pacto Federativo e da prisão em segunda instância. O deputado falou sobre o clima no PSL, atual partido do presidente Jair Bolsonaro, que convive com guerras internas e troca de comando no legislativo.
"Os meus valores e meus princípios não estão abaixo da economia. Cada deputado que foi na carona do Bolsonaro vai ter que prestar contas aos eleitores e votar a favor dos que os elegeram. Depende deles e quem faz o julgamento são os eleitores", afirmou Eduardo.
Relação com Moisés
Em troca de ideias, o governador Carlos Moisés acabou se afastando do clã bolsonarista no PSL. Eduardo falou sobre a relação com o governador de Santa Catarina.
"O governador, pelo que eu estou entendendo, é u ma conduta lamentável, que tem desagradado a todos. Em declarações que nunca citaram meu nome, mas dão recados indiretos. Parece que a mosca roxa picou ele", atacou Bolsonaro. Eduardo afirma que ainda não há uma indicação de nova liderança estadual em Santa Catarina.
Protestos
Com a visita de Eduardo Bolsonaro programada, estudantes da Unesc organizaram pela internet uma manifestação contra o governo de Jair. Cerca de 30 estudantes estiveram em frente ao Teatro Elias Angeloni com cartazes.
Edson Mendes, estudante de direito, criticou a fala de Eduardo Bolsonaro sobre a possibilidade de decretar um novo AI-5, decreto da época do governo militar no Brasil. "O Eduardo falou muitas coisas que afetam a nossa democracia, entre elas a questão do AI-5. Esse governo está desmontando tudo o que foi construído em anos, com a reforma da previdência que eles querem passar agora. A gente está aqui protestando contra isso", afirmou.
Luiz Eduardo, estudante de engenharia mecânica, criticou a política economica do governo federal. "O clã bolsonarista aplaudindo um jornalista sendo agredido, que foi o Glenn, eu nunca pensei que ia ver isso. Não tem nem como explicar. A gente tem crítica ao governo porque quase metade do Brasil vive com R$ 420 reais e não tem nem como imaginar alguém viver com isso".