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Ele pedalou dois anos e teve sua bicicleta furtada em Criciúma (VÍDEO)

Hector Alejandro começou aventura na Argentina, e já percorreu 5 mil quilômetros. No fim das contas, ele ganhou uma bike nova

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 06/11/2020 - 17:15 Atualizado em 06/11/2020 - 19:09
Hector Alejandro pedalou dois mil quilômetros até Criciúma / Fotos e Vídeo: Eduardo Schaucoski / Especial / 4oito
Hector Alejandro pedalou dois mil quilômetros até Criciúma / Fotos e Vídeo: Eduardo Schaucoski / Especial / 4oito

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"Ela era minha companheira de viagem". Com olhar saudoso da Mountain Bike simples, de freio que falhava e pouca agilidade nas subidas, o argentino Hector Alejandro lamentava o azar dois anos e cinco mil quilômetros depois de uma aventura que o fez deixar o seu país em 2018. Hector vem pedalando com a meta de, em três anos, chegar na Colômbia, mas teve um problema sério em Criciúma.

"Eu dormi e levaram minha bicicleta". Ele explica. "Parei para descansar aqui no parque", conta, apontando para o Parque das Nações. Ele dormiu, na barraca que carrega no reboque puxado pela bike. "Quando acordei, a minha bike não estava mais aqui". E agora, como Hector vai fazer para dar sequência à sua aventura? "Não sei. Talvez eu vá a pé".

Mas o encontro, por sorte, com um fã das bicicletas e engajado nas causas das pedaladas poderá mudar a sua sorte. O criciumense Eduardo Schaucoski o conheceu nesta sexta, soube do drama e, além de oferecer apoio ao argentino, está em busca de ajuda para conseguir uma bicicleta para Hector. "Ele me mostrou a documentação, ele sobrevive dos seus artesanatos e resolveu fazer uma aventura pela América. Acho que devemos ajudar ele, ainda mais que foi aqui em Criciúma que ele teve essa perda", observa. "Se alguém tiver uma bicicleta usada para doar, a gente conserta, faz a manutenção necessária e entrega ao Hector", afirma.

Nas cidades por onde passa, Hector ganha algum dinheiro nas sinaleiras com malabares

Ideia veio na crise

Hector trabalhava na construção civil na cidade de Tigre, na grande Buenos Aires. "Eu trabalhava em construção, na Argentina havia um momento político complicado, fechavam as empresas, com o Macri presidente. Me desliguei da empresa e quando veio a indenização comprei barraquinha e algumas coisas e saí a viajar de bicicleta", refere o aventureiro.

Ele sobrevive da venda dos artesanatos que produz e carrega, e da ajuda de amigos que faz pelo caminho ao longo desses dois anos. Em Criciúma, foi a primeira vez que enfrentou um furto. "Primeira vez", lamenta.

Com 41 anos, Hector deixou a família para trás. "Tenho duas famílias, pai, mãe e muitos irmãos", confirma. O sonho, conhecer a América do Sul. "Quero conhecer a Colômbia", destaca, lembrando que já passou por Argentina, Paraguai, Uruguai e ingressou no Brasil pelo Rio Grande do Sul. E chegando na Colômbia, mais pedal. "Sim, vou voltar de bicicleta de lá para a Argentina", aponta.

A necessidade

Além de transportar Hector, a bicicleta vinha cumprindo a missão de puxar o reboque de mais de 30 quilos que o argentino carrega. "Tenho que conseguir qualquer coisa para engatar o reboque e levar minhas coisas. No reboque tenho abrigo, artesanato, comida, barraca, lona para quando chove", observa.

Final feliz

O caso rapidamente virou notícia entre os grupos de voluntários, e chegou ao conhecimento da Cruz Vermelha Brasileira em Criciúma. "Soubemos do caso sim, e trouxemos o Hector aqui", conta o presidente da Cruz Vermelha na cidade, Almir Fernandes de Souza. E daí veio a solução.

"Temos bicicletas aqui, dos nossos passeios ciclísticos, uma reserva para nossos eventos. Entregamos uma bicicleta zero quilômetro ao Hector", confirma Almir. "E ainda repassamos uns alimentos para ele se manter na viagem. Tudo graças à união e ao apoio de todos, mais uma ação de voluntários que tem um final feliz", comemora.

Hector na sede da Cruz Vermelha com a sua nova bicicleta

E Hector poderá, de bicicleta nova, seguir viagem. E terá história para contar sobre Criciúma, a terra onde perdeu a bike do início da viagem, mas ganhou uma nova visando seguir seu rumo no sonho até a Colômbia.

Ouça a entrevista de Hector Alejandro no podcast:

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