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Em 10 meses, Sul Catarinense tem quatro homicídios a mais do que todo ano passado

Avaliação da Polícia Militar é que ano passado apresentou número abaixo do normal; casos de roubos diminuem

Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 04/11/2019 - 17:11 Atualizado em 05/11/2019 - 12:27
Foto: Arquivo
Foto: Arquivo

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A segurança pública é um assunto complexo que envolve diversos fatores, que engloba níveis socioeconômicos, movimentações de grupos criminosos e serviços preventivos. Em Santa Catarina, a aposta da Polícia Militar nos últimos anos voltou-se à prevenção dos crimes, o que proporciona queda em vários níveis. No Estado, um levantamento feito do primeiro semestre de 2019 apontou a queda de mais de 23% dos homicídios (de 443 para 339). Situação que não se repete no Sul catarinense.

Nas regiões da Amrec e Amesc, o número de assassinatos apresentou alta em comparação com o ano passado. Até o momento, foram 58 homicídios na região: quatro a mais do que o número total do ano passado, faltando ainda dois meses para acabar 2019. Mensalmente, um aumento médio de 4,5 casos para 5,8 - crescimento de 28,8%.

Na avaliação do comandante da 6ª Região de Polícia Militar (6ª RPM), o coronel Cosme Barreto, o aumento desses crimes foge do alcance da polícia, ocasionado por situações pontuais. "A região teve um ano passado extremamente bom. É difícil bater a marca (de 54 homicídios). Içara, por exemplo, teve um homicídio no ano passado e neste ano já está em quatro. Em janeiro foi fora da curva, aconteceram alguns crimes que são fora da normalidade", afirmou.

Este aumento não apresenta sustos ao comando pois, segundo o coronel, não está vinculado a guerra entre facções criminosas. "Não vemos guerra entre grupos, principalmente referente a drogas, o que nos deixa bastante tranquilo. A probabilidade é que tenhamos um ano que vem tranquilo e que supere este ano”, projetou. Em Criciúma, até o momento, foram 15 homicídios registrados no ano.

Queda nos roubos

É no número de roubos que a prevenção destaca-se como uma estratégia clara de combate à criminalidade. A Polícia Militar atua em rondas preventivas nas escolas, nas áreas comerciais, residenciais e com o apoio do judiciário local em rondas penais. "Nós fizemos rotinas de prevenção, estudando em quais campos poderíamos trabalhar e chegamos às principais: ronda preventiva escolar, comercial, residencial e penal. Essas rotinas preventivas, porque a gente sabe que a prevenção representa 90% no combate aos crimes", esclareceu o comandante da 6ª RPM.

Na Amesc e na Amrec, região atendida pela 6ª região, os roubos apresentam queda de aproximadamente 30%. Foram registrados 750 roubos no ano passado, uma média de 62,5 casos por mês. Nos primeiros 10 meses deste ano já foram computados 442, o que representa uma média de 44,2 mensais - pouco mais de 18 roubos a menos por mês. 

O coronel Cosme Barreto destaca ainda a atuação preventiva no crime contra as mulheres, através da Rede Catarina de combate à violência contra as mulheres. "A gente faz um trabalho muito forte nisso, cada vez mais estabelecendo melhorias no padrão de trabalho do policial. Hoje o policial conversa com a vítima, tenta entender como está a vítima. Ele pode perceber que a vítima está em situação de estresse, de depressão, e a partir daí se trabalha a parte psicológica das pessoas”, atestou. 

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