Depois de meses à espera de um antídoto contra a doença que trouxe medo e muitas mudanças na rotina, dona Guilhermina Zimmermann não vai esquecer tão cedo do dia e a hora em que recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Em 08 de maio, entrou na fila da vacinação, em Biguaçu, sem se importar com qual imunizante seria vacinada. Tomou a AstraZeneca e está a pouco tempo de completar o esquema com a segunda dose. Para os especialistas, quanto mais gente repetir o gesto de dona Guilhermina, mais rapidamente a população poderá vencer a pandemia de coronavírus.
A busca por vacinas e a adoção de estratégias para acelerar o cronograma no estado têm sido uma luta incansável. Por determinação do governador Carlos Moisés, antes mesmo da chegada das primeiras doses no país, as equipes técnicas da Secretaria de Estado da Saúde (SES) já desenhavam, em Santa Catarina, a logística para distribuir as vacinas a todas as regiões, com o máximo de agilidade. "Esse trabalho foi fundamental e tem funcionado muito bem. Assim que recebemos as doses, em poucas horas, elas estão chegando aos municípios. Já aplicamos mais de dois milhões de doses e estamos entre os estados que mais vacinam’’, enaltece o governador.
Em Santa Catarina, a meta é que até o fim do mês de outubro toda a população adulta tenha recebido ao menos a primeira dose. "Precisamos da participação de todos para cumprirmos essa meta. A vacina e os cuidados com os protocolos sanitários são fundamentais para protegermos a nossa população, principalmente porque o inverno pode agravar a situação da Covid-19 no estado’’, alerta o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro.
Vacinas são fundamentais para vencer a pandemia
A médica infectologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE-SC), Lígia Gryninger, alerta que a vacina, junto às medidas de precaução como o uso de máscaras, higienização das mãos e o distanciamento social, é o único meio de controlar a doença, e que, por isso, as pessoas não podem deixar de se vacinar. A médica reforça ainda que todas as opções disponíveis são autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, na corrida contra o vírus, a população não deve se preocupar em escolher qual vacina tomar.
“O tempo de pesquisa até se descobrir uma vacina fez com que o vírus abrisse uma longa vantagem. O que a população precisa entender é que agora a vacina está aí e a gente não pode deixar de abraçar essa oportunidade. Escolher vacina, no entanto, não é o caminho para controlarmos a Covid-19. O que a gente precisa nesse momento é do maior número de pessoas vacinadas e o quanto antes’’, avalia.
A infectologista explica que as vacinas têm o objetivo de evitar internações e óbitos, ou seja, os quadros mais graves da doença, e que todas elas cumprem este propósito. Para a médica, tomar a vacina é uma atitude de responsabilidade, cuidado consigo e com o outro. "As vacinas trazem benefícios individuais e coletivos. Se eu tomei uma e o outro tomou uma diferente da minha, tenha certeza que os dois estarão protegendo um ao outro. Isso é o fundamental para vencermos a pandemia".
Foi com esse sentimento de cuidar de si e dos outros que dona Guilhermina foi para a fila da vacina assim que chegou a vez dela, aos 60 anos de idade. "Eu não via a hora. Tomei a vacina com muita alegria e nem perguntei qual era. Somente na hora fui informada que era a AstraZeneca. O que desejo é estar protegida e proteger quem está ao meu lado. Já queria até ter tomado a segunda dose, mas é só em agosto", revela ansiosa, mesmo se tiver que enfrentar novamente reações como as que teve na primeira dose, como um pouco de febre e dor no corpo.