Estiagem ameaça agricultura da região

O mês de agosto tem sido preocupante para a agricultura da região. A estiagem faz levantar o alerta dos agricultores, principalmente devido à previsão de chuva que é apenas para o início do mês de setembro. A estimativa era para ter chovido 130 milímetros em agosto, sendo que até agora choveu apenas 20 milímetros.

Os agricultores estão se preocupando com novos plantios nesse período, como é o caso do maracujá e o fumo. Sobre o maracujá, os produtores precisam utilizar sistemas como água por irrigação ou microaspersão. Em relação ao fumo, que possui vários estágios de plantio, quem está plantando precisa ficar atento neste momento pois não existem sistemas como no caso do maracujá. Já o arroz, quem ainda não plantou pode esperar, sem grandes preocupações, pois não é época ainda. 

Existe um fenômeno chamado evapotranspiração, que é a perda de água de uma comunidade ou ecossistema para a atmosfera, causada pela evaporação a partir do solo e pela transpiração das plantas. Nesse mês, o consumo de água pela natureza e plantações é de 50 milímetros, portanto apesar de o número estar abaixo do necessário, ainda assim não é tão preocupante.

Conforme o meteorologista Márcio Sônego neste ano não acontece os fenômenos El Niño (mais chuvoso) e La Niña (período seco), portanto é um ano de neutralidade. Ele reforça que normalmente setembro é um mês de bastante chuva, mesmo quando não há nenhum dos dois fenômenos, ou seja, não há preocupação em relação aos próximos dois meses. Por outro lado, existe um alerta sobre os meses de novembro e dezembro, visto que com o padrão de neutralidade, aumenta o risco de estiagem para o fim do ano. Na média histórica dos últimos 69 anos, nos períodos de neutralidade, mais de 50% dos casos apresentaram escassez de chuva nesse período.

Diante do cenário de estiagem prolongada, a Defesa Civil orienta que a população faça o uso racional e consciente da água, evitando ao máximo o desperdício e monitorando a preservação dos recursos hídricos. Neste momento as situações mais críticas estão em rios das regiões Extremo Oeste, Oeste e Grande Florianópolis. Em situação de alerta, rios do Planalto Norte. Em situação de atenção, rios do Meio Oeste, Planalto Sul, Vale do Itajaí e Litoral Sul.