A vinda de Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara de Deputados e o filho "03" do presidente Jair Bolsonaro, foi acompanhada por protestos de estudantes. Organizado pelas redes sociais, cerca de 30 pessoas estiveram em frente ao Teatro Elias Angeloni - onde Bolsonaro concedeu a palestra "A História do Brasil e o Conservadorismo" -, empunhando cartazes e com alguns gritos contra o atual governo.
Acompanhados de perto pela Polícia Militar, os estudantes permaneceram do lado de fora durante a palestra. Com a circulação de informações sobre o conteúdo abordado por Eduardo Bolsonaro dentro do teatro, uma recontagem de períodos políticos do Brasil, como por exemplo a ditadura militar, os manifestantes voltavam a entoar gritos contrários ao governo federal.
Edson Mendes, estudante de direito, criticou episódios envolvendo a família Bolsonaro. Recentemente, Eduardo Bolsonaro declarou que o governo de seu pai poderia reativar o AI-5, decreto do governo Costa e Silva em 1968, que cassou mandato de parlamentares e intensificou a repressão do governo federal, com intervenções nos estados e municípios.
"O Eduardo falou muita coisa nas últimas semanas que estão afrontando a nossa democracia, como por exemplo sobre o AI-5. Esse governo está desmontando o que foi construído nos últimos anos. Por exemplo a reforma da previdência que eles querem passar, dentre outras reformas que estão desmontando o país", falou Edson.
Também foi criticada a abordagem internacional de Jair Bolsonaro, como o caso em que o presidente disse que a mulher do presidente francês Emmanuel Macron seria feia. Bolsonaro teve votação expressiva em Santa Catarina, totalizando 75% dos votos válidos no segundo turno. Em Criciúma, o presidente recebeu mais de 80%. Números que corroboram o teatro lotado para a palestra do filho mais novo de Jair.
"O governo é uma vergonha nacional e internacional, o presidente Bolsonaro cometeu muitas gafes internacionais de graça, por exemplo com a mulher do Macron. Se a gente tivesse no Nordeste, outra região do país que seja não tão bolsonarista, a gente teria ainda mais voz. Mesmo com pouca gente, a gente ainda tem voz e conseguimos transmitir a nossa mensagem", lamentou o estudante de direito.
Outro manifestante criticou a situação econômica do país. "Dados do IBGE dizem que 13,5 milhões dos braisleiros estão abaixo da linha da pobreza e teve reportagem do El Pais que diz que quase metade do país vive com menos de R$ 420 reais por mês. Não dá nem pra imaginar alguém vivendo com isso", afirma Luiz Eduardo, estudante de engenharia mecânica.
A manifestação surgiu de uma mobilização pela internet e , além de estudantes, teve o acréscimo de alguns trabalhadores de Criciúma e de outras cidades da região.