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Reportagem Especial

Forquilhinha crava um marco histórico no Dia da Mulher

No ano em que o voto feminino completa nove décadas, parlamento do município é formado em sua totalidade por vereadoras

Por Geórgia Gava Forquilhinha, SC, 08/03/2022 - 12:00 Atualizado em 08/03/2022 - 16:52
Sessão desta segunda-feira composta apenas por vereadoras / Fotos: Filipe Casagrande / Divulgação
Sessão desta segunda-feira composta apenas por vereadoras / Fotos: Filipe Casagrande / Divulgação

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No ano em que as mulheres completam nove décadas de direito ao voto, o protagonismo feminino no cenário político entra cada vez mais em destaque. No município de Forquilhinha, neste mês, em alusão ao 8 de março, todas as cadeiras da Casa Legislativa são ocupadas por vereadoras. A ação é considerada histórica em toda a região Sul, assim como em Santa Catarina e, quiçá, no Brasil. 

Leia também - Luta, resistência e determinação pautam o Dia das Mulheres

Das nove cadeiras na Câmara, duas já são ocupadas por mulheres. Uma delas, inclusive, é a vice-presidente da mesa diretora, Ivone Minatto (PSD), que recebeu 581 votos em 2020. Com a iniciativa, anunciada pelo presidente Célio Elias (PT), 100% do plenário teve a participação feminina já na sessão desta segunda-feira (7). “Foi uma sessão histórica”, comemora a parlamentar, que preside a Câmara pelos próximos 15 dias.

Ivone Minatto foi a primeira vereadora eleita no município e, em 2021, deu início ao quinto mandato. Desde 1998, a parlamentar tem voz ativa na Câmara de Forquilhinha e já foi, inclusive, presidente da mesa diretora. “Decidimos que precisávamos fazer um ato como este, parabenizando as mulheres pelo 8 de março. São nove integrantes, hoje, ocupando as bancadas da Casa Legislativa, sendo sete suplentes e duas eleitas”, comenta. 

Decidimos que precisávamos fazer um ato como este,
parabenizando as mulheres pelo 8 de março.
São nove integrantes, hoje, ocupando as bancadas da Casa Legislativa,
sendo sete suplentes e duas eleitas.
Acredito que em Santa Catarina nós fizemos uma busca
e é o primeiro evento feito nesse âmbito”.

Ivone Minatto, vereadora

Apesar do bom exemplo a ser seguido, a vereadora ‘puxa a orelha’ das bancadas, que em todas as eleições deixam de lado as candidatas na hora de compor as nominatas.

“Elas têm que ser chamadas antes, serem preparadas. Eu acredito que a mulher está desmotivada na política. E os culpados são os partidos. Nós sabemos governar, fazer e aprovar leis. Não nascemos somente para ser mães e avós, mas também para legislar”. Ivone Minatto, vereadora 

A iniciativa em compor um plenário somente feminino deu tão certo, que a expectativa é que nos próximos anos a ação seja repetida, como forma de incentivar as mulheres a participarem da política de Forquilhinha. “Acredito que em Santa Catarina, nós fizemos uma busca e é o primeiro evento feito nesse âmbito”, afirma a vereadora titular. 

“Aceitei fazer parte desta ação para darmos visibilidade à importância
das mulheres e dos jovens na política. Esta sessão será muito importante
para que novos eventos como este se tornem comuns,
pois somente nós mulheres sabemos as batalhas as quais enfrentamos todos os dias.
Somos essenciais, essenciais no sentido da pluralidade do pensamento,
dos pontos de vista, das prioridades e da nossa sensibilidade,
pois somos mães, esposas, avós, filhas, somos mulheres
e é com a nossa união que estamos conquistando espaço e representatividade.
É notório que o espaço da política, principalmente de tomada de decisão,
precisa ser ocupado cada vez mais por mulheres”.

Gabriela Machado Colombo, vereadora

Visibilidade feminina 

Além de Ivone, Marilda Casagrande (PP), que recebeu 777 votos em 2020, também é titular no Legislativo. Todos os partidos têm vereadoras suplentes em Forquilhinha. Com a ação, sete novas integrantes fazem parte do plenário no município. “Além de ser um marco histórico para a nossa cidade, também vai ser uma forma de homenagear todas as mulheres, sem exceção”, comemora Patricia Amandio Floriano (PDT), que preenche a vaga de Marcos Rocha Macedo. 

“O objetivo de se fazer esta sessão com 100% de vereadoras eleitas e suplentes,
é de chamar atenção sobre os debates e as lutas das mulheres por pedido de respeito,
direitos, contra o feminicídio, sobre a importância da mulher participar da política
e de que a população respeite a mulher, a sua vontade e que ela possa estar onde ela quiser”.

Marilda Casagrande, vereadora

Na última eleição, em 2020, Forquilhinha teve a participação de 35 mulheres candidatas a uma cadeira no Legislativo. Juntas, elas fizeram 3.740 votos. À época, Marilda Casagrande foi a mais votada, sendo a segunda na nominata do PP e a terceira no geral. A segunda vereadora eleita, Ivone Minatto, recebeu 581 votos e foi a segunda do PSD e a sexta no geral. 

“Além de ser um marco histórico para a nossa cidade,
também vai ser uma forma de homenagear todas as mulheres sem exceção.
Será, também, uma forma de incentivo, uma mostra genuína,
de que as mulheres podem estar participando de decisões
que incluem o bem-estar do nosso município, que é a nossa casa.
Ser mulher é se dividir em mil, mas estar inteira em cada parte”.

Patricia Amandio Floriano, vereadora

“O objetivo de se fazer essa sessão com 100% de vereadoras eleitas e suplentes é chamar atenção sobre os debates, a luta das mulheres por pedido de respeito, direitos, contra o feminicídio, sobre a importância da mulher participar da política e de que a população a respeite, para que ela possa estar onde quiser”. Marilda Casagrande, vereadora

“Muito mais que uma comemoração,
esta sessão traz a reflexão de pensar na trajetória das mulheres
em busca dos nossos direitos e homenagear aquelas que lutaram antes da gente.
As mulheres avançam dia a dia, na busca por igualdade.
Há muito ainda pelo o que lutar no futuro, mas muito já foi conquistado.
A sessão vai inspirar outras mulheres a dizer que elas
podem ocupar a função e serem quem elas quiserem”.

Kelly Karitiana Moro Scussel, vereadora

Foco na inclusão 

O petista Célio Elias, presidente licenciado da Câmara, desde que assumiu a mesa diretora busca dar mais espaço às minorias e, também, às mulheres. O objetivo, em paralelo, também é aproximar os parlamentares e as atividades da Câmara, dos moradores do município. “É importante que a população conheça a atividade de cada vereador”, aponta o sindicalista. 

"Sinto-me abençoada de poder fazer parte deste momento histórico
e tão especial para as mulheres da política, no ano que completa 90 anos do voto feminino.
Quero deixar claro, aqui, que possivelmente, será apenas uma sessão como vereadora em exercício,
porém, continuarei contribuindo, propondo melhorias para a população e,
principalmente, buscando fortalecimento para as mulheres,
pois nunca uma frase fez tanto sentido: o lugar de uma mulher é onde ela quiser”.

Carini Cesa de Souza, vereadora 

“Nós propusemos trabalhar muito forte esta questão, não somente das mulheres, mas também dos negros, dos LGBTQIA+, e a inclusão dessas pessoas. Por isso, levamos para a Câmara, dialogamos com as vereadoras eleitas, Ivone e Marilda, e estendemos o debate aos demais parlamentares, dos partidos que compõem o Legislativo de Forquilhinha”, comenta Célio Elias. 

“Desde que me conheço por gente, meu sonho é ser vereadora.
Embora seja uma passagem curta, ela tem um grande significado.
Eu sou formada em administração pública, então sou técnica além de política
e acredito que ela pode transformar a vida das pessoas.
As nove mulheres na Câmara representam que estamos ocupando esses espaços.
Existe muito preconceito e segregação, principalmente, em Forquilhinha,
então é muito importante esse ato”.

Thais Figueredo, vereadora

A iniciativa, portanto, busca valorizar a presença das mulheres na política. “É coisa inédita, não somente aqui em Forquilhinha e região Sul, mas também no Brasil. Não encontramos nenhuma Câmara ou Poder Legislativo que executou a presença 100% feminina. Essa iniciativa é para que elas, cada vez mais, se apaixonem pela área”, defende o petista. “É uma data histórica, de luta por direitos”, finaliza. 

“Este vai ser um período histórico em Forquilhinha,
dando exemplo para que outros municípios valorizem mais as mulheres na política.
Espero que não fique só nesta data, mas que tenha mais incentivo dos partidos
em trazer outras mulheres para esse meio, que elas venham se engajar
para defender seus direitos e mostrar sua importância na sociedade.
Que não tenha mulheres na política por causa de cotas,
mas por vontade própria de competir e ganhar seus espaços nas decisões partidárias,
mostrar nossa importância com determinação e segurança”.

Nazarena André Miranda, vereadora

Conselho implantado no município

Nesta segunda-feira, inclusive, as vereadoras aprovaram a implantação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em Forquilhinha. O Projeto de Lei é de autoria do Poder Executivo e busca propor diretrizes, além de atuar no controle de políticas de igualdade entre os gêneros masculino e feminino, assim como exercer a orientação normativa e promover a política global, visando eliminar as discriminações que atingem o público. 

“Estou muito feliz em participar deste evento, principalmente, no Dia Internacional da Mulher.
Quero agradecer o prefeito, o vice, e também o presidente da Câmara de Forquilhinha,
além de todos os partidos que cederam a cadeira para as mulheres.
Isso só resulta que no município estamos evoluindo para a igualdade
e mais espaços para as mulheres mostrarem o seu potencial”.

Tatiane Izé Patrício, vereadora

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