Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
DEIXE AQUI SEU PALPITE PARA O JOGO DO CRICIÚMA!

Governador Carlos Moisés tem semana delicada

Contra o governador será protocolado um pedido de impeachment na terça-feira; vice-governador se pronuncia "estou à disposição"

Por Heitor Araujo 11/05/2020 - 08:44 Atualizado em 11/05/2020 - 08:44
MP aponta que Moisés não esteve envolvido em irregularidades na compra dos respiradores (Foto: Reprodução)
MP aponta que Moisés não esteve envolvido em irregularidades na compra dos respiradores (Foto: Reprodução)

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

O governador Carlos Moisés (PSL) terá pela frente um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), que deve ser protocolado na terça-feira, 12. Contra o governo, as acusações de compra superfaturada de respiradores mecânicos, em uma soma de R$ 33 milhões, por equipamentos que sequer foram entregues. Moisés, que exonerou os secretários da Saúde, Helton Zeferino, e da Casa Civil, Douglas Borba, tem ainda contra ele a fala da vice-governadora. No sábado, Daniela Reinehr afirmou que o Estado precisa de "recuperação moral" e que está "à disposição da nossa gente".

O pedido de impeachment contra Moisés foi elaborado pelo deputado estadual Maurício Eskudlark (PL). Ele falou nesta segunda-feira à Rádio Som Maior sobre o que será protocolado na terça. "É de amplo conhecimento público, a imprensa tem divulgado os fatos irregulares praticados pelo governo do Estado", iniciou Eskudlark.

"Tem uma declaração do governador, quando ele critica a imprensa em um debate com empresários. Ele assume que praticou o ato (compra dos respiradores) em um momento de desespero", afirma o deputado.

A declaração em questão foi dada por Moisés a um grupo restrito de empresários, na qual o governador disse que, quando a compra foi feita, em março, o governo estava desesperado pela aquisição de equipamentos para UTI. 

"Nós estávamos em desespero na primeira semana de março, em verdadeiro desespero. Se me dissessem que tinha dentro de uma casa 100 ventiladores, mas que eu só podia ver depois, era possível que a gente desse o dinheiro para ir lá olhar", disse o governador, de acordo com publicação do colunista Upiara Bosch, da NSC. 

Eskudlark deu a resposta sobre o posicionamento de Moisés. "Um administrador não pode alegar isso. Tem que ter ciência da sua responsabilidade, não pode dizer que em momento de desespero passou R$ 33 milhões para uma conta que não conhecia, uma empresa que não tinha a mínima condição de entregar os produtos", alegou o deputado.

O deputado opina que, mesmo em momento de pandemia do coronavírus, é o momento para o pedido de impeachment. Segundo ele, o governo está em uma "pandemia administrativa". 

"Vemos o Estado em um desgoverno. O governo não está aplicando nos hospitais e fazendo as preparações necessárias para a situação. Não é questão de partido A contra B. É colocar Santa Catarina no rumo", afirma. Eskudlark citou, ainda, a briga do governo com o agronegócio - possivelmente a questão da taxação dos agrotóxicos, que foi barrada pela Alesc.

No sábado, a vice-governadora Daniela Reinehr - que ao contrário de Moisés permaneceu alinhada ao governo federal de Jair Bolsonaro - colocou-se "à disposição" para assumir o Estado, em possível caso de afastamento do governador.

"O Estado precisa de comando, de diálogo, sensibilidade e de firmeza nas ações. Precisamos da união de esforços para recuperação econômica e moral de Santa Catarina, e a retomada da função do estado. Estarei à disposição da nossa gente", disse.

Para responder a denúncia de irregularidade na compra de 200 respiradores mecânicos de uma empresa fantasma, o governo abriu sindicâncias e foi montada uma força tarefa, com Ministério Público e Polícia Civil, para apurar o ocorrido.

Resultou, até o momento, no afastamento de Douglas Borba na Casa Civil, apontado pelo ex-secretário da Saúde, Helton Zeferino - também afastado -, como quem teria pressionado o governo a fazer a compra com a empresa do Rio de Janeiro.

De acordo com o procurador do MP de Santa Catarina, Fernando Comin, não há indícios que Moisés tenha participado de irregularidades neste caso e a investigação não o tem como alvo. 

Copyright © 2024.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito