"Pela cassação do mandato do deputado Jessé Lopes por incentivar assédio contra as mulheres, difamação e quebra do decoro parlamentar". Assim é apresentado, na plataforma "Petição Online", o abaixo assinado que colhe assinaturas para pedir à Assembleia Legislativa (Alesc) a cassação de Jessé, deputado do PSL de Criciúma em primeira legislatura. Ele foi eleito em 2018.
O ponto de partida para o pedido é a recente postagem que Jessé fez no Twitter, apagada poucas horas depois, referindo um suposto caso de gravidez de uma funcionária da Secretaria da Casa Civil, e que o pai da criança seria o governador Carlos Moisés.
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De pronto, o governador Carlos Moisés emitiu nota de repúdio, e a Assembleia Legislativa (Alesc) também. Jessé removeu o conteúdo, explicou que sua intenção era fazer uma analogia com a CPI dos Respiradores e recuou, excluindo a postagem.
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A ideia de cassação
A partir dessa situação da postagem polêmica, um grupo está se mobilizando via redes sociais, em Criciúma, para colher assinaturas visando fundamentar o pedido de cassação do mandato de Jessé. "Acabamos de bater mais de 200 assinaturas em menos de duas horas de mobilização. A gente está pedindo a cassação do deputado Jessé pelas suas manifestações mais recentes, a gente vem enfrentando a violência contra a mulher em Santa Catarina e ele tem ido na contramão há muito tempo", justificou a cirurgiã-dentista Giovana Mondardo, uma das idealizadoras da campanha online.
"Fizemos uma petição pública para mandar para o Ministério Público e para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Alesc para cassação desse deputado que não nos representa, que assumiu para gerir o Estado e vem manchando o nome da Alesc e vem construindo um discurso, uma narrativa de opressão, de violência contra as mulheres, e a gente precisa combater", explicou Giovana. "Não é por ser parlamentar que pode falar, expor. Se ele vai deixar à mercê da sociedade o julgamento, nós julgaremos, e vamos levar adiante essa petição quando chegarmos a mil assinaturas", emendou.
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Giovana lembra que Jessé já teve outros problemas do gênero, tanto que ele enfrenta outras denúncias no Conselho de Ética da Alesc. "A gente precisa lembrar que não é a primeira vez que o deputado faz esses movimentos de endossar a violência, a exposição, o assédio. A gente pode relembrar aquele momento durante o Carnaval quando ele foi contra a campanha Não é Não, afirmando que assédio era um direito da mulher durante o Carnaval. É inaceitável que a gente acredito que um parlamentar possa dizer isso e ficar impune", relatou. "Foi aberto um inquérito da bancada feminina na Alesc mas não foi em frente", lamentou. "É inaceitável que a gente tolere esse tipo de violência e opressão contra as mulheres. Essa insinuação repercutiu muito mal e expôs uma moça, que requer sua defesa enquanto mulher. É momento de severa resistência, por isso pedimos a cassação dele", completou.
Confira a petição online clicando aqui.
Repúdio na Câmara
O assunto chegou à Câmara de Criciúma. Na sessão desta terça-feira, 26, o vereador Edson Paiol do Nascimento, que é do PSL, fez a defesa do governador Moisés e bateu fortemente no deputado. "Não estava preparado para ser deputado e está denegrindo com as suas atitudes a atividade da casa parlamentar", referiu. Uma Moção de Repúdio ao deputado será colocada em apreciação na próxima segunda-feira, 1.
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