O Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC) terá que devolver R$ 9 milhões ao Governo do Estado. A informação foi repassada pelo vereador Paulo Ferrarezi (MDB) em sessão da Câmara de Criciúma nesta segunda-feira, 7. "Semana passada participei da reunião sobre a discussão de metas e serviços do contrato do Hospital Santa Catarina com o Estado, e saímos da reunião decepcionados. Sem o representante da Secretaria de Saúde e sem o membro do Conselho Municipal de Saúde. Era uma votação decisiva", afirmou.
Ocorre que o HMISC não cumpriu metas referentes a cirurgias e procedimentos que rendem recursos para a instituição, mas esses valores estavam orçados pelo Estado. Mas o vereador pondera que os serviços só não foram prestados pois a regulação da Secretaria de Saúde não fez os encaminhamentos, embora houvesse demanda. "O hospital oferece serviços ao Estado, e a regulação do Estado não encaminha pacientes para cirurgias e tratamentos no HMISC. E por não cumprir metas, o hospital terá que devolver R$ 9 milhões de 2019. Isso vai comprometer o atendimento do hospital, pois essa devolução será parcelada", advertiu.
"O meu voto foi contrário, mas faltaram votos. A regulação não encaminha, o município não avisa o Estado que temos pacientes. Está sendo falho", comentou. "Tem a associação dos secretários que se reúnem e discutem a saúde. Precisamos estar juntos, às vezes é algo que fica no esquecimento, mas nós estamos no meio do povo e sabemos da necessidade", afirmou. Ferrarezi exemplificou com o caso de pacientes da região que aguardam procedimentos e poderiam estar sendo atendidos no HMISC. "Temos pacientes há três anos aguardando neurocirurgião para ser avaliado", sublinhou.
Secretário de Criciúma comenta
O secretário municipal de Saúde, Acélio Casagrande, lamentou o ocorrido e ponderou que uma das razões para o não cumprimento das metas foi a pandemia de Covid-19. "É uma definição de Estado, é um acerto de contas entre o Estado e o Ideas. É preciso ter uma reavaliação dessa situação, se não houve o cumprimento pelo HMISC deve ter muitas razões. E uma delas é que, durante 2019, 2020, nós tivemos a pandemia e durante o período de pandemia não tínhamos metas, as metas foram dispensadas pelo próprio Ministério da Saúde de cumprimento", avaliou.
Para Acélio, o HMISC não pode ser punido pela guinada nos atendimentos. "O HMISC cumpre muito bem com o seu papel, são mais de 8 mil partos já realizados, são mais de 3 mil crianças atendidas, faz cirurgias, por vezes 30% dos agendados não comparecem para cirurgias e o hospital terá que pagar por isso? Terá que ser solicitado sim a reavaliação pelo Estado. Prejudicar um hospital como o Santa Catarina não pode", finalizou.