Em entrevista coletiva no fim da tarde desta sexta-feira, 14, o secretário de Estado de Administração Prisional e Socioeducativa, Leandro Lima, disse que a rebelião na Penitenciária Sul, em Criciúma, iniciou após a falha na abertura e fechamento de uma porta na galeria H, momento em que dez detentos da Cela H01 perceberam a oportunidade. “Poderia ter consequências mais graves não fosse a ação profissional e integrada das forças policiais que procederam com a intervenção necessária. Houve uma falha de procedimento na abertura e fechamento de uma porta que ocasionou uma reação em cadeia e esta reação acabou gerando uma oportunidade para que alguns apenados visse o cenário e tentasse lograr êxito em tentar fuga, algo neste sentido”, salientou.
Ainda conforme Lima, a estrutura física e operacional, os recursos humanos e a ação imediata dos policiais evitaram problemas maiores. “Inclusive foram feridos na ação, dois foram reféns e dois se feriram tentando evitar que um mal maior acontecesse, e conseguiram evitar. Não foi uma ação previamente agendada. Visualizando um erro de procedimento e a possibilidade de uma fuga, os apenados fizeram isso. Deste grupo de dez presos já tivemos uma ocorrência em outra cidade justamente na tentativa de fuga. A ação foi plenamente controlada e a unidade com todas as suas atividades mantidas”, disse.
O comandante da 6ª Região da Polícia Militar, Coronel Fraga, explicou como foi a negociações e os protocolos para acabar com a rebelião. “De imediato acionamos o comando especializado e tivemos a resposta imediata. As equipes fizeram o deslocamento e solicitamos apoio da região de Tubarão e de Araranguá e Içara. Acompanhamos as negociações e vimos o quanto as tropas da Polícia Militar e do Bope estão preparadas para este tipo de evento, dando o retorno de tudo que estava acontecendo e nós nos reportamos ao comando-geral, sempre dando as informações com precisão. Não permitiríamos nenhum disparo de arma de fogo, como assim aconteceu. A postura de todos os envolvidos, inclusive os agentes penais, que tem que ser enaltecida a postura, se eles não tivessem a reação como primeiro momento, estaríamos até agora possivelmente ainda me uma crise”, citou.
O Subcomandante do Bope, Major Lucius, reforçou que houve falha operacional que resultou na rebelião. “A crise aconteceu, conforme os elementos, as circunstâncias, até a chegada do Bope, conseguimos estabelecer uma confiança com os presos, baseado na dignidade da pessoa. Tínhamos muita prioridade com a vida dos reféns. Tendo em vista todo o cenário, começamos a adotar técnicas de negociação buscando sempre a melhor solução, preservando a vida de todos. Foi muito importante a integração, pois houve um trabalho coordenado, respeitaram a sua área de competência. Foram aproximadamente quatro horas com os apenados que apresentaram demandas e com o respeito conseguimos construir esta rendição pacifica, principalmente a partir do momento dos advogados apresentando a parte referente aos direitos humanos”, pontua.