Quatro indígenas da tribo Kaigang, vindos do interior do Rio Grande do Sul, estão em Criciúma para a venda de ervas naturais, utilizadas pela população indígena da Aldeia das Bananeiras, próxima à divisa com Santa Catarina, para fins medicinais. São mais de 60 tipos, usadas para tratar problemas de garganta, sinusite, pressão, circulação, dentre outros. O ponto de vendas é em frente à Catedral São José, na Praça Nereu Ramos.
Os indígenas estão na cidade, segundo eles próprios, com o apoio da Funai, em viagem pelo Brasil para vender as ervas. Nesta excursão, passaram pela Serra gaúcha e devem seguir a Blumenau neste domingo.
De acordo com os indígenas Claudio e Alzira, as viagens acontecem para propagar o conhecimento da cultura indígena pelo país e para arrecadar fundos às famílias necessitadas que vivem na aldeia. Eles chegam a ficar dois meses longe da terra que habitam.
Onde eles moram existem cerca de 4,5 mil famílias. Segundo eles, a aldeia passa por conturbado momento de lideranças, com disputa entre o cacique e um postulante a cacique.
No dia a dia, produzem legumes como batata e mandioca, além de criar frango. Algumas pessoas têm empregos fora da aldeia, outras não. "É que nem os brancos, tem gente melhor de vida e gente pior", diz Alzira. "Tem quem precise de dinheiro para comprar roupas e comida".
Sobre as ervas vendidas, eles relatam que é passado o conhecimento de geração a geração e que o povo da aldeia utiliza o mínimo possível os medicamentos manipulados.
"Nossa vida é igual a do povo branco, só que a gente tem mais conhecimento da natureza, porque vivemos entre ela. Só tem menos estresse, porque o povo branco contrai muita dívida e compromisso, o que acaba judiando da saúde", afirma Cláudio.,