São inúmeras, e óbvias, as razões para fazer acelerar as obras de pavimentação da SC-370 na Serra do Corvo Branco. Várias delas dizem respeito aos investimentos que serão atraídos. E um deles anda na ordem do dia do prefeito Hélio Alberton Júnior, de Grão Pará. "Nossa expectativa, com a conclusão da obra, é de atrair investidores de São Paulo que querem investir R$ 250 milhões para a criação de multipropriedades, similares ao que existe em Gramado, e investir em aparelhos turísticos, bondinho, parque aquático. Mas a condição para eles investirem é a pavimentação estar pronta", informou, em entrevista ao programa Conexão Sul, na Rádio Som Maior. "A Serra é um cheque em branco", destacou.
A obra, tecnicamente, já começou entre Grão Pará e Urubici. "Estão agora regularizando as jazidas para extrair materiais para a obra, e estão trabalhando mais forte na região de Urubici, onde fica o canteiro de obras", contou. "A gente já vê obras de drenagem, de arte. Na parte da Serra ainda não estão mexendo. Existe um acordo para não criar um caos de mobilidade, para que só mexam no trecho da Serra só com a finalização completa da Serra do Rio do Rastro", explicou. "Não podemos criar um problema de mobilildade trancando as duas serras. Por isso estão trabalhando na parte superior em Urubici inicialmente, para que as pessoas consigam trafegar", emendou.
Um divisor de águas
Por conta dos investimentos que serão atraídos, a obra é considerada um divisor de águas inigualável para Grão Pará. "A gente aguarda ansiosamente para que essa obra saia realmente do papel. Será um divisor de águas para Grão Pará e toda a nossa região. É uma obra muito esperada, além de ser bonita. É um local que a gente não consegue encontrar tão próximo no Brasil em questão de rodovia, e é uma rota comercial importante", destacou.
Sobre a extensão da obra, o trecho atual que vem sendo trabalhado pela empresa contratada, em Urubici, tem cerca de 4 quilômetros. "São 3 ou 4 quilômetros, trecho plano em Urubici. Daí vão descer a Grão Pará para fazer um trecho de 2 quilômetros no pé da Serra, onde finalizou o lote, e posterior a isso começa a subida de Serra, uns 2,8 quilômetros, aí onde está a complexidade da obra, tem desníveis de até 400 metros de queda e túneis em concreto para conter deslocamentos de rocha", detalhou.
Alberton já prevê a necessidade de estender o prazo de execução, inicialmente previsto para 1 ano e meio. "O cronograma da obra é de 18 meses mas com certeza precisarão aditivar prazo. Eles não conseguem finalizar em 18 meses. O clima aqui na Serra é muito atípico, os meteorologistas podem encontrar forma de determinar clima no entorno mas não na Serra, chove quando quer, dá sol quando quer", relatou. No trecho de Serra, a estrada tem 2,5 quilômetros de extensão. "Um lugar de alta complexidade de execução", reforçou o prefeito. "Tanto que ali serão aplicados mais de 50% dos R$ 42 milhões previstos para a obra", sublinhou.
Uma das preocupações é deixar a pista, que atualmente em chão batido tem de 3 a 5 metros de largura, com uma calha mais adequada para o tráfego. "Nos trechos mais estreitos, existe no projeto para avançar em alguns pontos para o barranco, para a queda, e em outros pontos a remoção de solo, de rochas. O trabalho é ter pista de 6 metros, hoje uma vaga de garagem é de 2,5 metros, o carro passa confortável, a Serra não será para carretas nem caminhões pesados. Eles estão projetando, acredito que o governo tenha ideia de lançar esse ano, um estudo para execução de um túnel para criar rotas de tráfego pesado para caminhões pesados", observou. "Passam caminhões grandes até carregados com tesouras de construção de casa, que são surpreendentes as formas como manobram para fazer as curvas, inclusive com a rodovia não estando em tão bom estado de conservação", refletiu.
Troca de asfalto por concreto
A empresa solicitou a mudança do modelo de pavimento, do asfalto para o concreto, visando garantir a condição ideal para o tráfego em qualquer clima, como nas demais serras do Sul. "O projeto foi executado em pavimento asfáltico mas a empresa solicitou para alterar para concreto, o Estado deve acatar isso, é o chamado pavimento rígido, ele tem que ser trabalhado com juntas de dilatação e é mais propício para a Serra. O asfalto é pavimento flexível, qualquer deformação de base ele vai trabalhar junto. O rígido é o mais aconselhável para a região serrana", afirmou.
O prefeito demonstra preocupação com a necessidade de dotar a SC-370 de iluminação no trecho, algo que não está previsto inicialmente. "É o desejo do município fazer a iluminação pois traz uma beleza diferente para a região. Estamos com a ideia de iluminar até o distrito de Aiurê, a prefeitura está com esse plano, já substituímos nossas lâmpadads por led, tivemos redução de 80% do custo", finalizou.