O PSL voltou a se posicionar contra as publicações e comentários do deputado estadual Jessé Lopes sobre a campanha Não É Não, que luta contra o assédio sexual no Carnaval. Nesta quarta-feira, 15, o presidente estadual do partido e deputado federal, Fábio Schiochet, opinou pela expulsão de Jessé da sigla, além de qualificar os comentários como "inconcebíveis".
O deputado federal concedeu entrevista ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior, e reforçou a nota divulgada na terça-feira pelo partido.
"É um comentário sem conteúdo, que denigre a mulher. É totalmente inconcebível para um deputado estadual, que representa o povo e está lá para legislar e fiscalizar o Estado", disse Fábio. "É só abrir um site de notícias para ver o nível do feminicídio no Brasil. Se a mulher não quer, não quer e acabou. Não vai massagear o ego. Não é só a cantada, é um assédio moral que pode virar um assédio sexual. As mulheres lutaram tanto para ter uma igualdade na política, no serviço público e privado", acrescentou.
O presidente estadual do partido falou também sobre o futuro de Jessé no partido. Já é público que o deputado estadual irá para o Aliança Pelo Brasil, assim que a nova sigla de Bolsonaro seja criada. Porém, a trilha de Jessé no PSL pode acabar antes do previsto.
"Já tem uma denúncia no conselho de ética tramitando e parece que ele rasgou a denúncia. O conselho se reúne para deliberar com celeridade esse assunto e na semana que vem deve ter algum parecer. Eu entendo que a expulsão é o caminho, mas quem julga é o conselho. Vejo que há subisídios para essa expulsão, pelo que foi dito e por demais fatos", disse Fábio.
Questões pela expulsão de Jessé tramitam no PSL desde agosto do ano passado, após declarações consideradas "vexatórias" pelo partido contra o governador Carlos Moisés.
Impeachment de Moisés
Fábio Schiochet também comentou sobre o pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés e a vice, Daniela Reinehr, encaminhado pelo defensor público Ralf Zimmer Júnior.
"Sem pé nem cabeça, li hoje. Daqui a pouco falo com o governador algumas situações partidárias, mas ontem já conversei com ele e ele estava tranquilo. Não penso nisso com maiores problemas porque é um pedido, na minha opinião, sem fundamento", cravou.