Em um desdobramento da Operação Lava Jato, o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo denunciou o ex-senador catarinense Paulo Bauer, por corrupação ativa e passiva, formação e participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A acusação é de que ele favoreceu o grupo Hypermarcas, que atua no mercado farmacêutico, e chegou a receber R$ 11,8 milhões em propina, durante o período de 2013 a 2015, quando ainda tinha mandato no Senado. Outras nove pessoas também foram indiciadas.
De acordo com o MPF-SP, a ação é resultado das investigações a partir do acordo de colaboração firmado com Nelson José de Melo, ex-diretor da Hypermarcas. Ele apresentou provas que confirmam seus depoimentos, incluindo cópias de contratos fictícios e uma linha do tempo, mostrando a correlação entre os pagamentos feitos para Paulo Bauer e a tramitação da proposta de emenda a constitução de sua autoria no Senado Federal.
A PEC, arquivada em 2018, alterava o regime tributário sobre medicamentos de uso humano, assunto de alto interesse da empresa.
A operação foi batizada internamente pelo MPF de 'Projeto Criciúma', mas nenhum investigado tem relação com o município.
Na última semana, Paulo Bauer foi exonerado de sua função de assessor especial da Secretaria de Relacionamento Externo da Casa Civil. Em nota, ele afirmou que avaliava a possibilidade de se candidatar a Prefeitura de Joinville.
Após a divulgação da acusação nesta quarta-feira, 12, o ex-senador, através do seu advogado José Eduardo Alckmin, afirmou que os dados denunciados não são verdadeiros.