O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal nesta quarta-feira. A ação, promovida pela direção nacional do PDT, é provisória.
A posse do novo diretor-geral estava marcada para esta quarta-feira, às 15h. Para tomar a decisão, o ministro citou as alegações apresentadas pelo ex-ministro Sergio Moro na sexta-feira, 24. "Em tese, apresenta-se viável a ocorrência de desvio de finalidade do ato presidencial de nomeação do diretor da Polícia Federal, em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público", afirmou.
Na sua última coletiva como ministro, Moro citou que o presidente desejava alguém de contato próximo a ele para colher informações sobre investigações. "Tais acontecimentos, juntamente com o fato da Polícia Federal não ser órgão de inteligência da Presidência da República, mas sim exercer, nos termos do artigo 144, §1o, VI da Constituição Federal, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União, inclusive em diversas investigações sigilosas, demonstram, em sede de cognição inicial, estarem presentes os requisitos necessários para a concessão da medida liminar pleiteada", afirmou o ministro do STF na decisão.
Moraes levou em consideração em sua decisão, a medida tomada pelo ministro Celso de Mello, que autorizou o início de inquérito para investigar o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e Jair Bolsonaro.