A semana não foi de boas notícias para o governador Carlos Moisés (PSL) na luta contra o impeachment. Tanto na via política quanto na jurídica, uma sucessão de resultados negativos para ele.
A começar pelas três derrotas sucessivas que sua líder na Assembleia Legislativa (Alesc) sofreu. A deputada Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), perdeu três vezes no Tribunal de Justiça (TJSC) em menos de 48 horas. Ela tentou suspender a comissão e buscar a inclusão do seu nome no colegiado, sem sucesso.
"O primeiro pedido foi endereçado equivocadamente ao deputado Júlio Garcia, presidente da Alesc, citado como autoridade coautora pela não indicação da deputada. Foi recusado liminarmente pelo tribunal, o relator constatou que a autoridade era do líder do bloco, no caso o deputado Milton Hobus", destacou o jornalista Moacir Pereira em seu comentário nesta sexta-feira, 28, no Programa Adelor Lessa.
Houve então o encaminhamento de um mandado de segurança à 4a Câmara de Direito Público do TJSC. "Rejeição também. Deveria ser endereçada ao grupo de câmaras reunidas no Judiciário estadual", apontou. "Ali, o desembargadorJúlio César Knol indeferiu o pedido de liminar", frisou o comentarista. "A prerrogativa de indicação dos membros, de acordo com o regimento, é com os respectivos líderes dos blocos e bancadas", acrescentou.
Na esfera política, mais dificuldades para Moisés. "Na quarta à noite a bancada MDB decidiu votar em bloco, cada vez mais unida, no processo de impeachment, e não aceitará ingerência dos líderes estaduais como o ex-governador Paulo Afonso, o senador Dario Berger ou o presidente estadual Celso Maldaner, de tentar barrar o impeachment dentro da bancada", constatou Moacir. "A tendência na bancada do MDB é pela cassação do governador e da vice", frisou.
Na análise de Moacir Pereira, a montagem do comando da comissão do impeachment na Alesc também foi desfavorável para o governador. "O presidente eleito por unanimidade foi o João Amin, do PP, de destacada atuação nas CPIs da Ponte Hercílio Luz e dos Respiradores. O vice é o deputado Maurício Eskudlark, que foi líder do governo e agora é um dos mais ferrenhos opositores de Moisés. E o relator-adjunto, deputado Jessé Lopes, é do mesmo partido do governador, mas um dos seus maiores adversários", analisou.
Para Moacir Pereira, só há um caminho para Moisés. "Pelo cenário desse final de agosto, ao governador só estão restando alternativas na esfera judicial", arrematou.